Quem tem medo da Sexta-feira 13?

A superstição que nos leva a associar a Sexta-feira 13 a um dia de azar tem origens muito remotas.

Esta superstição é relatada em diversas culturas muito antes de Cristo e faz parte da mitologia nórdica e alemã. O número 13 é associado à má sorte.

Na numerologia, o número 12 é o da completude (12 meses do ano, 12 tribos de Israel, 12 apóstolos de Jesus ou os 12 signos do Zodíaco). Já o número 13 é visto como um número irregular, sinal de infortúnio.

Sexta-feira é tido como o dia em que Jesus Cristo foi crucificado e, por isso, é encarado como o mais azarado dos dias. Em relação à sexta-feira, diversas culturas consideram este dia como um dia de mau agouro.

Alguns historiadores acreditam que o Grande Dilúvio se deu numa sexta-feira; que a morte de Cristo aconteceu numa sexta-feira; os marinheiros ingleses não gostam de andar no mar à sexta-feira; 13 pessoas sentaram-se à mesa na Última Ceia.

Na Roma pagã, a sexta-feira era o dia das execuções públicas. Muitos mitos urbanos estão associados ao número 13.

O medo irracional da Sexta-feira 13 afecta actualmente mais de 60 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com o jornal inglês "The Mirror". Muitas delas têm medo de sair da cama, conduzir ou até ir trabalhar.

Um dos mitos urbanos associados ao número 13 relata que se 13 pessoas se sentarem à mesa, uma delas morrerá dentro de um ano. A aversão dos turcos ao número 13 é tão grande que a palavra treze foi eliminada do vocabulário em 1894.

Muitas cidades nos Estados Unidos não usam o número 13 para nomear ruas e avenidas. O mesmo se aplica a prédios, que não têm um décimo terceiro andar. Outro mito urbano diz que fazer a cama de lavado numa Sexta-feira traz pesadelos.

A História também se escreve na Sexta-feira 13

Ao longo da História, muitos acontecimentos e episódios se deram numa Sexta-feira 13, reforçando a carga negativa que se associa à data.

O episódio mais antigo é a cruxificação de Jesus Cristo, que muitos acreditam ter acontecido numa Sexta-feira 13.

Também numa Sexta-feira 13, em Outubro de 1307, a Ordem dos Templários foi declarada ilegal pelo rei Filipe IV de França. Os seus membros foram presos nesse mesmo dia em todo o país, alguns torturados e, mais tarde, executados por heresia.

Mais recentemente, a 13 de Janeiro de 2012, uma sexta-feira, dois acontecimentos marcaram a actualidade europeia e mundial. A Standard & Poor's baixou o rating da França, Áustria, Malta, Eslováquia, Eslovénia, Chipre, Itália, Espanha e Portugal.

Nesse mesmo dia, o navio Costa Concordia, que transportava 4.229 pessoas, embateu num rochedo perto da ilha de Giglio, na costa toscana. Morreram 32 pessoas.

Medo fóbico da Sexta-feira 13

Esta sexta-feira, dia 13 de Setembro, é a primeira de 2013. A segunda acontece em Dezembro.

Em média, há duas ou três Sextas-feiras 13 por ano. Mas os especialistas neste dia afirmam que há mais sextas-feiras a cair num dia 13 do que qualquer outro dia da semana: em média, há 688 Sextas-feiras 13, num ciclo gregoriano de 400 anos. Para todos os outros dias da semana, essa ocorrência é menor. Pelo menos é o que dizem os "paraskevidekatrialogos", que é como gostam de se auto-intitular os especailistas neste dia.

O neologismo é formado a partir de um outro que o precedeu de pouco: "paraskevidekatriafobia", do grego moderno "paraskevi", que significa sexta-feira, "dekatria", que quer dizer treze, e "fobia", medo, e se começou por aplicar à fobia doentia deste dia.

Os especialistas na Sexta-feira 13 apenas trocaram a terminação "fobia" por "logos", que significa "estudo".

Entre os famosos que sofriam do medo doentio da Sexta-feira 13 encontramos o francês Antoine Forqueray, o polaco sempre doente Frederic Chopin, os italianos Niccolo Paganini e Antonio Salieri, e os austríacos Franz Schubert e Arnold Schönberg. Todos, estranhamente, compositores...