Contacto
Comércio

Nova Primark já não vai abrir em Mont-Saint-Martin

É definitivo. A cadeia de roupa irlandesa já não vai instalar-se perto do Luxemburgo. Saiba porquê.

© Créditos: Shutterstock

Mélodie MOUZON

Os fãs da marca irlandesa de roupa a preços acessíveis vão ficar desiludidos: a Primark não vai, afinal, instalar-se em Mont-Saint-Martin, como tinha sido anunciado em Janeiro.

Estava previsto que a loja abrisse numa extensão do centro comercial Auchan, situado no Pôle Europe, na fronteira entre a França, a Bélgica e o Luxemburgo. A loja ocuparia uma área comercial de 3.000 m² e iria criar cerca de 100 postos de trabalho. Para Serge De Carli, presidente da Câmara de Mont-Saint-Martin, esta loja iria tornar-se "um motor da aglomeração".

No entanto, a chegada da cadeia irlandesa de "fast fashion" não agradou a toda a gente. Na quinta-feira, o projeto da Primark recebeu um "parecer desfavorável" da Comissão Nacional para o Desenvolvimento Comercial (CNAC), noticiou Le Républicain Lorrain. Esta comissão analisou o caso porque o complexo Auchan Pôle Europe ocupa atualmente 20.000 m2. No entanto, em fevereiro, a CNAC tinha inicialmente validado o projeto.

A Primark iria abrir no complexo do Auchan, no Póle Europe, em Mont-Saint-Martin.

A Primark iria abrir no complexo do Auchan, no Póle Europe, em Mont-Saint-Martin. © Créditos: DennisM2/Flickr

Longwy apresenta recurso

Só que o anúncio da chegada da Primark também fez estremecer Jean-Marc Fournel, o presidente da câmara de Longwy, que apresentou um recurso em março passado contra a instalação da cadeia de "fast fashion" na zona.

A questão foi levantada durante uma reunião do conselho municipal. Perante as críticas de um vereador da oposição, o presidente da Câmara de Longwy respondeu que o seu dever era "defender as lojas do centro da cidade". E acrescentou: "Acha que a Primark vai revolucionar o comércio local? A realidade é que estamos a baixar o nível de qualidade para os consumidores. Há comida de plástico, há roupa de plástico também!" O autarca realçou ainda as "condições deploráveis" em que a empresa fará trabalhar trabalhar "homens, mulheres e também crianças".

As diferentes partes não quiseram comentar a decisão do CNAC. Serge De Carli declarou ao Le Républicain Lorrain que se pronunciará sobre o caso "na próxima semana, durante uma conferência de imprensa sobre a questão da Primark e o desenvolvimento económico da aglomeração".

O autarca de Mont-Saint-Martin confia, no entanto, a sua "incompreensão, quando todos os indicadores são verdes, exceto o da cidade de Longwy. Até o Estado e os seus serviços estavam do nosso lado!" Para Serge De Carli não há outra alternativa senão o Pólo Europeu para acolher a Primark. "Caso contrário, estes sete milhões de euros de trabalhos e esta centena de postos de trabalhos irão para o Luxemburgo", adverte.

Artigo publicado originalmente no Virgule e traduzido por Paula Santos Ferreira