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Bem-estar

Luxemburgueses estão menos felizes

O Grão-Ducado ainda está no top 10 dos países mais felizes do mundo, mas caiu três lugares face ao índice anterior.

© Créditos: DR

Jornalista

O Luxemburgo ocupa o nono lugar no ranking de felicidade de 2023 do 'World Happiness Report', segundo o mais recente relatório divulgado esta segunda-feira, 20 de março, Dia Internacional da Felicidade.

Ainda que se encontre entre os dez países mais felizes do mundo, o Grão-Ducado desceu três posições face ao índice anterior, em que ocupava o sexto lugar. O país tem agora uma pontuação de 7,2/10 (em 2022 ela foi de 7,82/10).

No pódio deste ano continuam a estar a Finlândia (como o país mais feliz do mundo, ocupando o primeiro lugar com 7,8 pontos), seguida da Dinamarca, em segundo, e da Islândia, em terceiro. É o sexto ano consecutivo que a Finlândia lidera esta tabela.

Nos países vizinhos do Luxemburgo, o índice de felicidade também desceu

À exceção da Bélgica, o índice de felicidade também caiu nos restantes países vizinhos do Grão-Ducado, que se posicionam a grande distância na tabela. A França ocupa em 21ª. posição, tendo caído um lugar face a 2022, enquanto a Alemanha caiu dois postos, do 14º. para o 16º.

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Já a Bélgica subiu do 19º. lugar para o 17º. lugar do índice mundial de felicidade.

Portugal mantém-se muito atrás, continuando a ocupar 56ª posição do ranking.

A Lituânia, sinaliza o relatório, é o único país novo entre os vinte primeiros, subindo mais de 30 lugares desde 2017.

Já o Afeganistão e o Líbano, devastados pela guerra, continuam a ser os dois países mais infelizes no inquérito, com avaliações médias de vida cinco pontos abaixo (numa escala de 0 a 10) dos dez países mais felizes do mundo.

© Créditos: World Happiness Report

A felicidade mundial nos três anos da pandemia

No ranking de 2023, que faz um balanço dos últimos três anos (de 2020 a 2022), percorrendo toda a evolução da pandemia, são analisados parâmetros de bem-estar, como o PIB, a esperança média de vida saudável ou os apoios sociais, mas não só. O índice procurou também refletir até que ponto a benevolência e a confiança salvaram vidas e suportaram os níveis de felicidade durante a crise da covid-19.

"A felicidade média e as classificações dos nossos países, tanto para as emoções como para as avaliações de vida, têm sido notavelmente estáveis ao longo destes três anos de covid-19", refere John Helliwell, professor na Universidade de Vancouver e um dos autores do relatório de 2023.

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O especialista sublinha ainda que, "mesmo durante estes anos difíceis, as emoções positivas permaneceram duas vezes mais prevalecentes do que as negativas, e os sentimentos de apoio social positivo duas vezes mais fortes do que os de solidão".

A eficácia dos estados no grau de felicidade das populações ou a forma como o comportamento altruísta dos indivíduos afeta a sua própria felicidade, a do outro e a da sociedade, em geral, assim como a liberdade para fazer escolhas ao longo da vida foram outros dos parâmetros que os analistas procuraram refletir na medição para o índice deste ano.

Há uma década a medir a felicidade

O Dia Internacional da Felicidade começou a ser celebrado, pelas Nações Unidas, há 10 anos, a 20 de março de 2013, juntamente com a sua medição junto dos cidadãos de 146 países, a partir de um conjunto de critérios de bem-estar material e de outros fatores que têm evoluído ao longo do tempo e que convocam os agentes públicos e privados para orientarem as suas políticas para procurar esse fim.

"O objetivo último da política e da ética deve ser o bem-estar humano", defende Jeffrey Sachs, diretor do Centro para o Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Columbia e outro dos autores do relatório.

"O movimento da felicidade mostra que o bem-estar não é uma ideia 'suave' e 'vaga', mas sim uma forma de focar áreas da vida de importância crítica: condições materiais, riqueza mental e física, virtudes pessoais e boa cidadania."

Para o professor, é, por isso, necessário "transformar esta sabedoria em resultados práticos para alcançar mais paz, prosperidade, confiança, civilidade - e sim, felicidade - nas nossas sociedades".