Carros de James Bond podem ser vistos em Bruxelas
"Bond in Motion" é uma exposição com cerca de 50 veículos que fizeram parte do imaginário do agente secreto britânico.
© Créditos: Bond in Motion
O primeiro dos carros a contribuir para a história de sucesso de James Bond apareceu há 60 anos: o mítico Aston Martin DB5 apareceu em "007 Contra Goldfinger", do realizador britânico Guy Hamilton. Esta é uma das maravilhas mecânicas que pode ser descoberta no Palais 1 da Brussels Expo (Heysel), em Bruxelas, até 14 de maio.
A exposição "Bond In Motion" é inspirada nos quatro elementos: fogo, terra, água e ar e, num espaço de 6.000m², apresenta cerca de cinquenta veículos que ajudaram a construir a glória do agente secreto britânico: carros, motos, aviões, helicópteros, etc. As peças, mostradas em tamanho real ou sob a forma de maquetes, representam os pontos altos das aventuras de James Bond.
"Mais do que uma exposição, "Bond in Motion" propõe uma experiência real que apaixonará todo o tipo de público, desde os mais novos aos fãs mais antigos, desde os amantes do cinema aos entusiastas da tecnologia, sem esquecer todos aqueles que querem fazer um passeio em família que apele a todas as gerações. Muitos outros objetos não automóveis estarão também em exposição e serão certamente uma grande surpresa", revelaram os organizadores.
Todos os intérpretes de James Bond, de Sean Connery a Daniel Craig, conduziram uma destas maravilhas numa tentativa de fugir aos seus inimigos antes de os derrotarem.
Apanhados debaixo de fogo ou a lançar mísseis, estes veículos raramente regressaram intactos às garagens do MI6 onde foi preciso trabalhar horas extraordinárias para reparar os danos causados pelo enfant terrible da casa.
Felizmente, nem todas as viaturas foram destruídas para efeitos cinematográficos. A exposição inclui as maquetes que permitiram aos realizadores dos 25 filmes 007 orquestrar efeitos especiais e acrobacias.
Aston Martin, sinónimo de classe e excelência
Entre os veículos que captaram a imaginação dos espectadores estão o Aston Martin V8 de 1985 de "The Living Daylights" (1987), o BMW Z8 de 1999 de "The World Is Not Enough" (1999), o Aston Martin DB10 de "Spectre" (2015) ou o Lotus Esprit S1 de "The Spy Who Loved Me" (1977).
O mítico Aston Martin DB5 já passou por tudo. Em Bruxelas, podemos admirar uma versão danificada por balas que abre "No Time to Die" (2021). Um verdadeiro veículo de combate, cheio de típicos gadgets "bondianos" que vão desde metralhadoras retráteis a radares integrados no tablier.
No seu livro "Aston Martin, un art de vivre" (Ed. Chêne E/P/A, 2014), o historiador Frédéric Brun conta como o romancista Ian Fleming escolheu inicialmente atribuir um Bentley ao seu herói. O Aston Martin apareceu mais tarde, no romance "Moonraker" publicado em 1955. Viria a aparecer no grande ecrã em "Goldfinger" quase dez anos mais tarde.
Nas décadas de 1950 e 1960, o Aston Martin brilhou em competição. Em 1959, a marca ganhou com Carroll Shelby a prova de resistência automobilística 24 Horas do Le Mans. Os seus modelos tinham a potência de um carro de corrida e o conforto de uma limusina. David Brown, CEO da Aston Martin na época de "Goldfinger", considerou que associar a marca a James Bond era sinónimo de classe e excelência.
A partir daí, tornaram-se a marca registada de 007, uma das armas que deve permitir ao agente secreto matar, uma vez que a morte faz parte do seu contrato. Em "Die Another Day" (2002), o Aston Martin Vanquish está equipado com um motor V12. É tão atrativo como poderoso. É "o melhor agente comercial da marca", comentou Frédéric Brun ao Le Figaro.
Visitantes podem provar o cocktail favorito de 007
De volta à exposição "Bond In Motion". Foi lançada em 2012 no National Motor Museum em Baulieu, Hampshire (Inglaterra), para celebrar os 50 anos da estreia do primeiro filme 007, "Doctor No".
O museu, criado após a guerra por Edward Douglas-Scott-Montagu, o terceiro Barão Montagu de Beaulieu, alberga uma série de carros que impulsionaram o sucesso da saga, além de outros tesouros como o Lotus 49 R3 que Graham Hill conduziu no British Grand Prix 1967.
A exposição foi apresentada pela primeira vez no London Film Museum e atraiu mais de nove milhões de visitantes. Atravessou depois o Atlântico até ao Petersen Automotive Museum, em Los Angeles, onde esteve até ao final do verão de 2022. A sua chegada a Bruxelas é, portanto, uma estreia europeia.
No bar "The James", os visitantes podem provar o cocktail favorito do agente secreto britânico © Créditos: Bond in Motion
Para lhe dar vida, a agência de eventos de Bruxelas Carbon-12011 assinou um contrato com a empresa de produção cinematográfica EON Productions-London e com a The Ian Fleming Foundation. A Metro Goldwyn Mayer (MGM), a Cidade de Bruxelas e a Embaixada Britânica prestaram apoio à organização.
A exposição é imersiva e, claro, 'glamorosa'. Convida os visitantes a dirigirem-se ao bar "The James" para provar o cocktail preferido do agente: o vodka martini.
"Bond in Motion" está a ser acolhida de braços abertos pela Cidade de Bruxelas. Até o Manneken-Pis vestiu o smoking branco de 007 para a ocasião.
Informação prática
Datas: Até 14 de Maio
Preço: A partir de 19 euros
Horário: aberto às segundas, quartas, sextas, domingos das 11h às 18h e sábados das 11h às 21h no Palais 1 - Brussels Expo.
Mais informação no site oficial do evento.
(Artigo originalmente publicado no Virgule e adaptado para o Contacto por Maria Monteiro.)