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Entrevista

Toni Travessa. O cabeleireiro que quer conquistar o mundo a partir do Luxemburgo

Em casa dos Travessa, todos os homens eram António, por isso, acabou Toni. Aos 56 anos, Toni Travessa vive entre o imobiliário e a beleza, Luxemburgo e Portugal. O rapaz que, em pequeno, trocou Salvaterra de Magos pelo Grão-Ducado, é hoje um empresário de sucesso.

© Créditos: Guy Jallay/Luxemburger Wort

Fonte: Redação

(Ana Sofia Fonseca)

Empresário, barbeiro ou cabeleireiro? Qual a legenda que lhe assenta melhor?

Hoje em dia, sou sobretudo empresário. A nossa empresa tem várias vertentes: ramo imobiliário, gestão de imóveis, promoção imobiliária, cabeleireiro misto, barbearias, marca de produtos de beleza e estética. Andamos à procura de um nome para o grupo, mas não é fácil. Quando me perguntam o que é que faço nem sei bem responder. Sou empresário, sou investidor. Invisto no que pode ser inovador.

É mais difícil escolher um nome para o grupo do que para um filho?

É! Estamos a reflectir porque já são muitas empresas. Os novos cartões de visita dizem: “By T Group Real Estate – Hospitality – Beauty”, mas ainda não está decidido a 100 por cento.

Toni Travessa. De onde vem o seu nome?

Travessa é o nome de família e Toni porque, na minha casa, todos os homens eram António: o meu pai, o meu tio, o meu avô, o meu primo, eu... Como o meu pai e a minha tia, irmã dele, viviam em casas pegadas, nós partilhávamos o quintal. Às tantas, a minha avó chamava “Ó António!” e íamos todos. Então, começaram a chamar-me Toni. Só a minha avó e a minha sogra é que, às vezes, me chamavam António Fernando.

Lembra-se da primeira vez que cortou um cabelo?

Lembro! No primeiro salão em que trabalhei, ao fim de um mês, disseram-me para debastar um cabelo com a navalha, o que é muito difícil. Fiquei um bocado surpreendido, mas o barbeiro disse: “Não te preocupes que estou ao lado”. Depois, comecei a fazer testes em casa, a família é que sofreu. A minha mãe foi a primeira. Uma vez, cortei o cabelo à minha irmã e para acertar tive de ir cortando e cortando... Ela não se importou, mas a minha mãe ficou muito triste de a ver com o cabelo tão curto.

De onde é que veio o gosto pela moda?

Sempre gostei de moda, mas não tinha ninguém da família na área. Os meus pais até estranharam um bocadinho. Eu ia a um salão e gostava do ambiente... Gosto de ver uma pessoa arranjada, as extremidades são o mais importante: um cabelo em condições e uns sapatos limpos fazem toda a diferença. Já sou cabeleireiro há 41 anos.

Alguma vez imaginou que o miúdo de Salvaterra de Magos chegasse até aqui?

Em miúdo, não. Mas sempre fui ambicioso e, mal comecei a trabalhar, percebi que não poderia ficar a vida inteira a trabalhar para um patrão. A rotina cansa-me, tenho de ter constantemente novos projetos. Antes de vir ter consigo, fui ver um espaço para ver se abro uma loja aqui perto das Amoreiras.

© Créditos: Guy Jallay/Luxemburger Wort

Vive de desafios?

Sim, sejam eles a nível da promoção imobiliária ou dos cabeleireiros.

Como é que foi parar ao Luxemburgo?

Quando eu nasci, o meu pai estava na tropa e teve a sorte de não ir para a guerra [colonial] como muitos dos seus amigos. Depois de sair da tropa, em 1970, emigrou. Como qualquer emigrante, tinha a ideia de ganhar dinheiro para construir uma casa em Portugal e voltar. Mas quando acabaram de construir a casa, eu já tinha 9 anos, estava na escola, e ficámos no Luxemburgo. Agradeço muito a educação que me deram.

Que idade é que tinha quando foi para o Luxemburgo?

Eu nasci em 1967 e fui com quatro anos. Fiz lá a escolaridade toda, os cursos de cabeleireiro. No Luxemburgo, o curso de barbeiro tem uma duração longa. E depois pode tirar-se o mestrado, no total são uns oito anos de estudo.

Para os seus pais, deve ser um orgulho saber que o filho é um empresário de sucesso.

Isso tem de lhes perguntar! (risos) Eu acho que estão contentes com o resultado de ambos os filhos. E dos netos.

Também já é avô.

De uma menina de 10 meses.

[Está sentado num café do Centro Comercial Amoreiras, no coração de Lisboa. Veste blazer, lenço no bolso. Não tem nenhuma loja por aqui, mas o que não lhe falta são salões de cabeleireiro em centros comerciais. São horas de almoço, há sempre gente a chegar e a partir. Gosta de olhar para quem passa, sempre foi assim, atento à moda. Trabalhar é um estilo de vida, faz fé nas palavras da mulher. “Quando morrermos, logo temos tempo de parar”.]

Foi a promoção imobiliária que lhe permitiu lançar-se nos cabeleireiros?

Permitiu-me ter certos salões. Os nossos maiores salões, por exemplo, no Centro Comercial City Concorde e no Centro Comercial Belle Étoile, representam o investimento de quase um milhão de euros cada um, é preciso cortar muito cabelo para pagar isso. Estamos a falar de mais de 300 metros quadrados em alguns dos principais centros comerciais luxemburgueses.

Abriu o seu primeiro salão em 1990. Conte-me uma história da abertura.

Chamava-se TMCoiffure, que era Toni e Manuel Cabeleireiros. O Manuel é um amigo de infância, fizemos os estudos de cabeleireiro juntos e abrimos o primeiro salão em parceria. Trabalhámos juntos quase 19 anos, depois cada um decidiu seguir o seu caminho, ao seu ritmo. Só depois disso, em 2008, é que nasceu a marca T-Hair.

De onde vem o nome?

A minha esposa perguntou-me: “Muita gente conhece-te, porque é que não pões o nome de família?”. Mas eu não queria que a marca estivesse ligada à imagem de uma pessoa específica, acho que deve estar ligada a todo o staff, por isso, ficou só T-Hair.

O negócio explode com a ideia de ter salões em centros comerciais.

O primeiro foi no centro da cidade e o segundo já foi no Centro Comercial Topaze em Mersch. Esse foi o nosso primeiro centro comercial e a partir daí foi esse o caminho.

Hoje, parece óbvio mas na altura foi uma ideia revolucionária.

Sobretudo na questão das barbearias. Nem em Portugal existiam barbearias em centros comerciais. Nos últimos dez ou 12 anos, a barbearia está muito na moda, mas na altura não estava. Quando comecei como cabeleireiro, o que estava a dar eram os salões mistos. Também começámos com salões mistos, mas em 2000 percebi que tínhamos de voltar aos tempos antigos porque o homem gosta de ir à barbearia.

O funcionamento dos cabeleireiros, mesmo nos centros comerciais, era diferente do que é hoje?

Fechavam todos à segunda-feira! Hoje, é impensável um centro comercial estar aberto e o salão ou a barbearia estarem fechados. Dantes, quando o centro comercial funcionava ao domingo, os cabeleireiros não abriam nesse dia. No Luxemburgo, fomos os primeiros a abrir à segunda-feira e ao domingo. A partir daí, os proprietários dos centros comerciais começaram a fazer pressão para todos os cabeleireiros abrirem durante o período de funcionamento do centro comercial. Não faz sentido haver espaços mortos.

Deve ter pensado como é que nunca ninguém se lembrou disto antes?

Os cabeleireiros de rua também fechavam à segunda-feira. Quando, no Centro Comercial Topaze, começámos a abrir às segundas, tínhamos sempre casa cheia. Parecia que era sábado!

Hoje, quantos cabeleireiros tem?

Temos 12. Chegámos a ter 18, mas com a expansão do imobiliário não temos tempo para tantas lojas. Temos duas em Portugal e 10 no Luxemburgo.

Chegou a ter também em França.

Tivemos duas em Paris e chegámos a ter seis em Portugal. Reduzimos em Portugal porque o preço do investimento nos centros comerciais fazia com que a rentabilidade não valesse a pena.

Pretende voltar a investir mais em Portugal?

Pela primeira vez, andamos à procura de uma loja de rua em Lisboa.

Está a fazer o caminho inverso: sair do centro comercial para a rua.

Com o Covid, acho que as pessoas começaram a pensar mais na rua. E nós temos de nos habituar às novidades, ao bem-estar dos clientes.

Viajemos até ao princípio. Como é que era o Portugal de onde vem?

Sai de cá com quatro anos, lembro-me que não havia Coca-Cola e que os iogurtes eram brancos e sem sabor. Ao princípio, quando vínhamos de férias, e já habituados a ter outras coisas no Luxemburgo, custava-me os iogurtes quase não terem sabor a fruta. Mas Portugal recuperou e, para mim, hoje está mais moderno e avançado do que quase qualquer outro país da Europa. Em tecnologia, por exemplo, somos muito fortes! Chegamos aqui ao Multibanco e até os impostos podemos ver.

A sua família era a típica família emigrante? Sempre a comida de natal e as saudades da terra nas conversas?

Sempre. E em casa falámos sempre em português. Muitos dos emigrantes, que foram para França nos anos 70, não falavam português em casa, mas nós no Luxemburgo nunca deixámos de falar.

O que é que a sua mãe e o seu pai faziam?

A minha mãe trabalhava nas limpezas e o meu pai nas obras. Na altura, uma pessoa que aprendesse o ofício de pedreiro em Portugal sabia fazer uma casa inteira! O meu pai era muito habilidoso, sabia pôr mosaicos, pintar...

Ajudava-o?

Com os meus 10 anos comecei a querer ajudar. Ia sempre atrás dele. Eu só não toco em eletricidade e em tubagens de água, de resto desenrasco-me a meter papel, mosaicos, chão flutuante...

Nas obras dos salões não há quem o engane.

Não me enganam e, se for preciso, ajudo. As primeiras lojas fomos nós que metemos mãos à obra. Transformámos os espaços, pusemos pladur... A primeira casa que comprei fui eu, o meu pai e o meu sogro que fizemos tudo. Ainda há tempos, dei com uma fotografia da minha mulher com o carrinho-de-mão. Os emigrantes metiam as mãos à massa.

Ainda se sente emigrante?

Boa pergunta... Com o tempo e com a idade que tenho, sinto-me português e luxemburguês. Tenho a vantagem de saber qualquer uma das línguas faladas no Luxemburgo e de estarmos bem integrados. Ao mesmo tempo, em Portugal, vêem-nos como portugueses. Mas durante muitos anos não sentíamos isso. Em Portugal, éramos sempre vistos como emigrantes e no Luxemburgo também. Em nenhum sítio éramos uma peça do país. Só nos últimos dez anos é que não sinto isso.

Como é que se define esse “ser emigrante” de que fala?

Imagine o que é sentir-se 100% português e dizerem-lhe "tu és emigrante". Consegue imaginar o que isso choca?

Sente-se mais em casa no Luxemburgo ou em Portugal?

Boa pergunta... Não sei responder.

Vive entre estes dois mundos. Quais as maiores diferenças que encontra?

Portugal é muito forte em tecnologia e em moda. Quando falo em moda, refiro-me a tudo o que isso engloba, por exemplo, temos dos melhores centros comerciais do mundo. Estamos avançados em muita coisa, mas o Luxemburgo é muito mais certinho, lá tudo é mais fácil.

Não se perde tempo a tratar de burocracia. Não percebo como é que Portugal é tão mais avançado em termos tecnológicos e no Luxemburgo tudo funciona melhor. Ter uma licença de construção ou de habitação em Portugal é um caos, o que dificulta muito a vida de um promotor imobiliário.

Continua a valer a pena emigrar para o Luxemburgo?

Acho que não. Para uma pessoa que tenha casa própria em Portugal não faz sentido. O mínimo que toda a gente deve ter é a sua própria casa. Se fosse político, essa seria uma das minhas lutas. Acho bem pedirem juros normais para uma segunda casa, mas a primeira tem de ser fácil de adquirir.

Ainda o vamos ver na política?

Nunca!

[A hora de almoço envelhece, as mesas do café do centro comercial vão perdendo clientes. Toni vagueia pelas memórias com um sorriso. Às vezes, o olhar brilha emocionado. Inovar é palavra que repete uma e outra vez, ora como quem se define ora como quem sonha futuro. A mulher, Anabela Travessa, aproxima-se da mesa. Aproveita o tempo para olhar montras e fazer compras. Procura uma loja com produtos para animais de estimação, já se encantou com uma peça de decoração. Os dois com o cabelo aprumado, afeto no verbo.]

© Créditos: Guy Jallay/Luxemburger Wort

Nos seus cabeleireiros, trabalha sobretudo com portugueses?

Quando comecei havia muitos emigrantes cabeleireiros. Hoje, temos menos portugueses e italianos e mais transfronteiriços, pessoas que vêm da França, da Bélgica e da Alemanha trabalhar todos os dias para o Luxemburgo.

Quantas pessoas trabalham atualmente no grupo?

Perto de 100.

Do ponto de vista do pagamento de salários, considera-se um bom patrão?

Nunca me vou considerar bom que chegue. Uma coisa é certa: nunca falhei o pagamento de um salário. Poderia deixar de pagar o meu, mas nunca o de um funcionário. Temos refletido sobre isso, queremos ser vistos como uma empresa que paga bem e que é séria. Nos próximos dois anos, é nisso que vamos acentuar a nossa evolução.

Faz parte do recém-fundado Escala Business Club. Em que consiste esse projeto?

Parte de um grupo de amigos que queria fazer algo juntos, que queria juntar experiências e facilitar o acesso a certos investimentos. Pretende também ajudar a entrada de empresas portuguesas no mercado luxemburguês. Tem de se conhecer o mercado para se entrar e o clube conhece.

Os portugueses estão a tentar ganhar um espaço diferente na sociedade e na economia luxemburguesa?

Sim. Na política já vamos ter mais portugueses a candidatarem-se às câmaras luxemburguesas.

Partilha vida e negócio com Anabela Travessa. É o seu pilar?

Partilho as duas coisas e isso é muito importante, ela sempre me acompanhou e incentivou. Tem ideias inovadoras, está sempre à frente dos acontecimentos. Viajamos muito e estamos sempre à procura de novas ideias para as lojas, gostamos de inovar. O nosso salão da Belle Étoile foi inspirado numa loja de decoração que vimos em Nova Iorque. A loja era como se fosse a nossa casa e isso inspirou-nos a fazer um salão que desse o sentimento de estarmos em casa. Quando chegámos ao Luxemburgo, disse ao arquiteto de interiores que o próximo salão gostava que fosse como uma casa.

Como é que se conheceram?

Num baile.

Num baile de portugueses, no Luxemburgo?

Eram aquelas matinés com orquestras. Eu tocava numa orquestra e nesse dia tinha ido ver uns amigos tocar.

O que é que tocava?

Piano e sintetizador. Eu ia fazer 15 anos...

Ainda se lembra como é que ela estava vestida?

Estava linda, com um vestido vermelho.

Eram muito novinhos!

Foi a primeira namorada a sério e ainda é a atual.

Como é que foi o casamento?

Tínhamos 20 anos e viemos casar a Almeirim. A festa foi no restaurante "O Forno". E os amigos da banda em que eu tocava vieram. Houve muita música.

Já era cabeleireiro. Teve cuidados redobrados com o penteado?

Até fui pentear a noiva! Mas não a vi vestida, só a fui pentear. Ela estava em Samora Correia, em casa dos pais. Fui sobretudo fazer a forma do cabelo, depois ela fez o acabamento. Também é cabeleireira, por isso, sabe fazer. Mas a preparação é mais fácil ser feita por outra pessoa.

E agora têm os dois filhos, Mike e Cindy, nas empresas.

Nunca pensámos que acontecesse. Eles estudaram áreas diferentes, não são cabeleireiros. Mas cresceram nisto, sabem tudo sobre cabelos e produtos de beleza e dão um contributo inovador.

O que é que estudaram?

O meu filho estudou gestão de hotelaria de luxo na Suíça. A minha filha estudou economia em Louvain-la-Neuve e especializou-se em desenvolver e em internacionalizar empresas com mais de cinco mil pessoas. Eles trouxeram para o grupo outros saberes, nunca tivemos a parte financeira tão bem gerida.

Passam os jantares de família a falar dos negócios?

Tentamos que não seja assim, mas às vezes acontece.

Parte dos vossos negócios vive da vaidade. É mais fácil trabalhar com a vaidade masculina ou com a feminina?

Hoje em dia, os homens estão mais vaidosos (risos).

A moda das barbas deve ter sido boa para si.

Foi bom para o negócio. Num salão, chegámos a fazer 600 barbas num mês.

Também deve gostar da moda das unhas.

É uma vaidade das mulheres. Há pouco disse que as extremidades são o mais importante – ter o cabelo arranjado e os sapatos limpos-, para as senhoras, acrescento as unhas. Até pode ser um verniz transparente, mas umas unhas em bom estado são outra coisa.

Quais são os cortes de cabelo que estão mais na moda?

Para as senhoras estão a voltar os 'bob' e os 'carré' curtos, as franjas. Nos homens, nos últimos anos, tivemos o super-rapado à volta e maior em cima, mas começa a mudar. Começa a vir o cabelo mais cheio em cima e em baixo.

As modas do cabelo vêm de onde?

Dos países que lançam o prêt-à-porter. Falamos de Londres, Paris e Milão. No nosso ramo, também a Holanda, a Alemanha e os países escandinavos influenciam.

A moda chega primeiro ao Luxemburgo ou a Lisboa?

Lisboa é mais vanguardista, Luxemburgo é mais tradicional.

Tem muitos clientes conhecidos?

Já penteámos príncipes, políticos, cantores, apresentadores... Mas nos nossos salões todas as pessoas são tratadas de forma igual.

Hoje, já não pega tanto na tesoura e na escova. Quem é que nunca penteou e gostaria de pentear?

Hoje pego mais na tesoura para dar formação do que para atender clientes. Gostaria de cortar o cabelo a Bernard Arnault, CEO do grupo LVMH, que detém a Louis Vuitton.

Está há muitos anos no Luxemburgo. Continua a vibrar com o futebol português?

Sempre pelo mesmo clube! Não é o que ganha mais, mas é o melhor na formação. Sou do Sporting.

Passou aos seus filhos o gosto por "ir à terra"?

Eles adoram Portugal.

Chegou a viver dois anos com eles em Portugal, não foi?

Foi em 2004, os meus filhos não queriam voltar para o Luxemburgo. Bem, eu também não... Mas a vida é assim e a empresa é maior no Luxemburgo.

Como é que foram esses dois anos?

Uma maravilha. Os meus filhos estudaram no Liceu Francês.

Vem de longe, para onde é que vai?

Os próximos projetos têm de ficar na história.

Dê-me um exemplo.

A nível imobiliário queremos fazer um projeto que seja reconhecido a nível nacional [no Luxemburgo], que não seja um simples prédio de habitação.

Fala de uma instituição ou de um museu?

Estamos a trabalhar. Queremos lançar algo que ainda não exista no Luxemburgo.

O segredo é a alma do negócio?

Por enquanto. Mas a base da minha vida é sempre a inovação.