Poluição. As comunas onde a qualidade do ar é pior
Em seis dos 33 municípios onde foram feitas medições em 2022, as concentrações de dióxido de azoto (NO2) ficaram próximas do valor limite regulamentado.
© Créditos: Chris Karaba/Luxemburger Wort
A Administração Ambiental, em colaboração com 33 municípios, realizou em 2022 a quinta campanha de medição de dióxido de azoto (NO2) no âmbito do Pacto Climático (Klimapakt). Foram selecionados 112 locais nessas comunas para fazer a medição.
Ainda que nenhum município tenha excedido o valor limite de 40 µg/m3, em alguns locais os valores observados ficaram muito próximos dessa fasquia, como em Remich, Echternach, Differdange, Esch/Alzette, Hesperange e Luxemburgo, segundo refere o relatório da Administração Ambiental, divulgado esta quarta-feira.
Maiores concentrações de poluição no inverno
A campanha de medição de dióxido de azoto realizou-se entre 5 de janeiro e 21 de dezembro de 2022, refletindo as oscilações sazonais na concentração dos poluentes na atmosfera.
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Por norma, refere o documento, registaram-se "concentrações de NO2 um pouco mais elevadas durante os meses de inverno, devido às emissões das estruturas para aquecimento". As condições meteorológicas desta estação tornam também mais difícil a dispersão dos poluentes atmosféricos.
Já os níveis elevados observados durante o mês de março "coincidem com três episódios de pico dos níveis de PM10", ou seja, ocorreram em "dias secos e ensolarados, com vento fraco e efeitos de inversão de temperatura, resultando numa fraca dispersão dos poluentes atmosféricos".
Em contrapartida, registaram-se níveis baixos de concentração de dióxido de azoto na primeira quinzena de agosto, o que segundo o organismo "pode ser explicado pela diminuição geral do tráfego rodoviário no verão" e também porque nesta estação do ano as concentrações de NO2 tendem a ser mais baixas.
Pandemia ajudou a reduzir concentrações de dióxido de azoto
De acordo com a informação da Administração Ambiental, desde 2018 tem havido uma descida gradual nas médias anuais das concentrações de azoto. Este declínio foi, contudo, maior nos anos mais afetados pela pandemia e pelos confinamentos - 2020 e 2021. A descida esteve ligada "às medidas aplicadas durante a pandemia de covid-19", sublinha o relatório.
Com os desconfinamentos e a retoma das atividades económicas e sociais, a maioria das médias registadas em 2022 regressou aos níveis de 2020, verificando-se um ligeiro aumento face a 2021.
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Para isso terão contribuído, segundo a Administração Ambiental, o aumento geral do tráfego rodoviário que foi retomado no ano passado, bem como as "condições meteorológicas desfavoráveis para a qualidade do ar em 2022, especialmente durante o mês de março".
Assim, o documento alerta que mesmo havendo, atualmente, um cumprimento dos limites regulamentados para a concentração de dióxido de azoto na atmosfera, "os esforços para reduzir a poluição atmosférica devem ser prosseguidos em colaboração com os municípios".