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VIH

Pessoa com VIH curada após transplante de medula

É o terceiro paciente curado, após transplante de medula, com resultados publicados.

Fonte: AFP

O "paciente de Dusseldorf", como foi apelidado, está oficialmente curado do vírus do VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana), após um transplante de medula óssea, de acordo com um artigo publicado esta segunda-feira, na Nature Medicine.

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São conhecidas apenas outras duas pessoas curadas da mesma forma, com resultados publicados em revistas científicas: 2o paciente de Berlim", em 2009, e o "paciente de Londres" em 2019.

Dois outros casos vieram a público em 2022 mas os resultados ainda não estão publicados.

Este terceiro paciente, um homem a ser monitorizado em Dusseldorf, recebeu um transplante de células estaminais para tratar uma leucemia, conseguindo, assim, interromper o seu tratamento antirretroviral.

Nas análises, os investigadores não encontraram partículas virais, nenhum reservatório viral ativável, nem respostas imunitárias contra o vírus no corpo do paciente, apesar de ter interrompido o tratamento durante quatro anos.

O ponto em comum da cura

Todos os pacientes curados tinham uma coisa em comum: sofriam de cancros no sangue e receberam um transplante de células estaminais que renovou completamente o seu sistema imunitário.

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No caso de Dusseldorf, o dador de medula tinha uma mutação rara num gene chamado CCR5, uma mutação genética conhecida por impedir a entrada do VIH nas células. "Durante um transplante de medula óssea, as células imunitárias do próprio paciente são completamente substituídas pelas do dador, o que permite que a grande maioria das células infetadas desapareça", explicou em comunicado o virologista Asier Sáez-Cirión, um dos autores do estudo. "É uma situação excecional quando todos estes fatores coincidem para que este transplante seja um duplo sucesso na cura da leucemia e do VIH", afirmou.

Tendo em conta que menos de 1% da população mundial é portadora desta "mutação protetora" contra o VIH, é realmente muito raro que um dador de medula compatível tenha esta mutação.

Embora estes casos de remissão forneçam aos cientistas a esperança para acreditar que o vírus do VIH possa um dia ser superado, um transplante de medula óssea é ainda uma operação muito difícil e arriscada: não é adequado para a maioria dos portadores do vírus.

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