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Há cada vez mais portugueses a pedirem a nacionalidade luxemburguesa

Segundo o relatório mais recente do Observatório da Emigração, a percentagem de portugueses a pedir nacionalidade luxemburguesa em 2020 representou um aumento pela primeira vez em quatro anos.

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Fonte: Redação

Os portugueses representaram, em 2020, 10,4% dos estrangeiros que obtiveram a nacionalidade luxemburguesa - uma percentagem que aumentou pela primeira vez nos últimos quatro anos. Esta é uma das conclusões do Relatório da Emigração 2020, apresentado na última semana, em Lisboa.

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O documento mostra que, no ano passado, o Reino Unido deixou de ser o principal destino dos emigrantes portugueses em 2020, cedendo o primeiro lugar à Suíça, mas em contrapartida liderou as aquisições de nacionalidade dos cidadãos nascidos em Portugal, com a atribuição de 2.042 nacionalidades britânicas a emigrantes portugueses.

“Este fenómeno parece explicar-se, sobretudo, pelos receios induzidos pelo ‘Brexit’ e pela redução de direitos associados ao estatuto de estrangeiro que daí poderá resultar”, lê-se no relatório, elaborado pelo Observatório da Emigração, um centro de investigação do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa.

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Em termos de aquisição de nacionalidade do país de destino, por parte de emigrantes portugueses, seguiram-se a Suíça (2.008) e a França (1.794). No entanto, os portugueses representaram apenas 5,9% dos estrangeiros que obtiveram a nacionalidade suíça, a percentagem mais baixa verificada nos últimos seis anos.

Variações negativas devido à pandemia

Os autores do relatório analisaram os países com valores perto de um milhar de aquisições de nacionalidade do país de destino e observaram uma variação negativa em todos eles, de 2019 para 2020, sobressaindo-se a Suíça (-28,7%), o Reino Unido (-8,3%) e o Luxemburgo (-8,1%).

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“Tal se pode dever, em termos globais, ao impacto da covid-19 nos processos administrativos, e no caso do Reino Unido, também ao facto de o processo do ‘Brexit’ ter já finalizado. Já nos casos do Luxemburgo e Suíça, países com alterações recentes, liberalizantes, dos seus regimes de nacionalidade, é provável que se esteja a verificar um progressivo esgotamento do stock de pretendentes à nacionalidade do país de residência que se tinha acumulado antes daquelas alterações”, prossegue-se no documento.

Segundo o Relatório da Emigração 2020, nesse ano registaram-se cerca de 45 mil saídas de Portugal para o estrangeiro, mais de metade das 80 mil saídas em 2019.

A redução foi geral, englobando praticamente todos os destinos tradicionais da emigração portuguesa, e deveu-se, em parte, à pandemia de covid-19 e à saída do Reino Unido da União Europeia.

Com Lusa

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