Contacto
Reforma das pensões

Passar sem pagar. Protesto "abriu" as portagens na Moselle

Um protesto contra a reforma das pensões em França permitiu que os carros passassem sem pagar numa das portagens da comuna de Lorraine. E a mensagem dos sindicatos é clara: não vão parar por aqui.

Operação "portagem gratuita"

Operação "portagem gratuita" © Créditos: Pascal Mittelberger

À medida que os protestos sobem de tom em França mas, sobretudo, em Paris, com o bloqueio de aeroportos e mais confrontos com a polícia, uma das ações de reinvindicação na Moselle passou quase despercebida à opinião pública... mas não aos bolsos dos condutores.

A operação "portagem gratuita" teve lugar na terça-feira, na autoestrada A4, em Saint-Avold, Moselle. As barreiras foram levantadas pelos protestantes e, quem por ali passou pôde poupar as habituais tarifas que rondam os cinco euros.

O mesmo aconteceu na portagem de Sainte-Marie-aux-Chênes, perto de Metz. As duas ações foram organizadas pela intersindical da Moselle.

Apesar da adoção controversa da reforma das pensões - com a utilização do artigo 49.3 da Constituição, na passada quinta-feira - os franceses continuam insatisfeitos e esta é a mensagem que os sindicatos querem fazer passar.

O vermelho do CGT e FO, o laranja do CFDT, o azul do CFTC, o branco do FSU, o fluorescente de alguns Coletes Amarelos ou o rosa do Solidaires-Sud estiveram presentes. Patrice Laurrin é porta-voz do Solidares e garante ao jornal Virugle que a lógica agora é de "bloqueio da economia".

Kathia

Kathia © Créditos: virgule.lu/Pascal Mittelberger

O vermelho do CGT e FO, o laranja do CFDT, o azul do CFTC, o branco do FSU, o fluorescente de alguns Coletes Amarelos ou o rosa do Solidaires-Sud estiveram presentes. Patrice Laurrin é porta-voz do Solidares e garante ao jornal Virugle que a lógica agora é de "bloqueio da economia".

Numa das barreiras levantadas, Kathia, com um colete amarelo do La France Insoumise, Laurrin mostra uma caixa que mais parece uma urna de votos - mas é uma espécie de mealheiro: "um fundo de greve, para apoiar o movimento". Quando o Virgule lhe pergunta sobre a reforma, responde:"nem sequer quero fazer cálculos. Tenho uma carreira tão caótica, e estou atualmente desempregado. Não espero nada da reforma, sei que não vou ter muito", desabafa.

A "arrogância" de Macron

A impressão de que a opinião pública não é ouvida ou considerada reina entre os manifestantes. "Há raiva contra a reforma e contra a forma como tudo foi feito", resume Alexandre Tott, secretário-geral do FO na Moselle. Quando foi reeleito, Macron disse que iria mudar o método, discutir, consultar... A realidade nunca foi essa. Em vez disso, há uma forma de brutalidade e arrogância da sua parte", garante.

"Fazer cair o governo não é problema nosso", diz Alexandre Schwartz, delegado da central sindical do CFDT na TotalEnergies. "O nosso principal objetivo é derrubar esta reforma, que é amplamente rejeitada pela população. Continuamos a mobilizar-nos nesse sentido".

Por toda a França, há protestos violentos e centenas de pessoas foram detidas só esta semana. As autoridades francesas negaram que tenham sido efetuadas detenções injustificadas.

"Não há detenções injustificadas, não posso permitir que se diga isso", disse à televisão BFMTV o chefe da polícia de Paris, Patrick Nuñez, ao mesmo tempo que sindicatos de advogados, magistrados e políticos de esquerda denunciavam uma "arbitrária" custódia policial.

Com jornal Virgule*