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Pandemia

Covid-19. Três anos e 20 milhões de mortes depois, OMS declara fim da emergência global

O nível máximo de alerta da organização foi declarado no dia 30 de janeiro de 2020.

© Créditos: AFP

Fonte: Redação

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou hoje o fim da emergência global para a covid-19 a nível global, aceitando a recomendação do comité de emergência.

“No último ano, o comité de emergência e a OMS têm estado a analisar dos dados com cuidado, considerando quando seria o tempo certo para baixar o nível de alarme. Ontem, o comité de emergência reuniu-se pela 15.ª vez e recomendou-me que declarasse o fim da emergência global. Eu aceitei esse conselho”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus em conferência de imprensa.

A covid-19 está agora suficientemente controlada para elevar o nível máximo de alerta, decidiu a OMS na quinta-feira, após mais de três anos de uma pandemia que matou "pelo menos 20 milhões" e minou a economia mundial.

Nível máximo de alerta foi declarado no dia 30 de janeiro de 2020

“É com muita esperança que declaro que a covid-19 deixou de ser uma emergência de saúde de interesse internacional”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, referindo que esta doença causou “pelo menos 20 milhões” de mortos, quase três vezes mais do que o registo oficial anterior de sua organização.

O nível máximo de alerta da organização foi declarado no dia 30 de janeiro de 2020, apenas algumas semanas após a deteção na China dos primeiros casos dessa nova doença respiratória viral contra a qual não havia tratamento específico. Mas foi só quando o chefe da OMS falou em pandemia em março de 2020 que os Estados e as populações se deram conta da gravidade da situação e que medidas sanitárias às vezes muito restritivas - até longos meses de confinamento - são implementadas.

O SARS-CoV-2 já estava bem encaminhado na sua jornada mortal, que o veria emergir muito rapidamente em todo o mundo. A luta contra a pandemia foi inventada aos poucos, muitas vezes fora de ordem, como ilustra a gestão caótica da presidência de Donald Trump, muitas vezes surda às recomendações científicas.

A pandemia hoje

Se o número de novas mortes registadas causadas pela covid caiu 95% desde janeiro, ainda faltavam 16 mil para morrer desta doença entre o final de março e o final de abril por causa do vírus, segundo as estatísticas da OMS. No entanto, em muitos países, a pandemia ficou em segundo plano. Testes e monitoramento de saúde são reduzidos ao mínimo. Um desarmamento considerado prematuro pela OMS.

A fase de crise “já passou mas a covid não”, assim alertou sexta-feira Maria Van Kerkhove, que geriu o combate à covid-19 dentro desta organização, apelando a não “baixarmos a guarda”. As vacinas - que surgiram em tempo recorde no final de 2020 - ainda assim permanecem eficazes contra as formas mais graves da doença, apesar das inúmeras mutações do vírus original.

*com agências