Luxemburgo, o país para onde todos querem emigrar
Em 2021, foi o país que registou a maior taxa de imigração da UE. Um em cada dois residentes nasceu no estrangeiro.
A cada ano continuam a chegar mais estrangeiros ao Luxemburgo para viver e trabalhar. É o país da UE que mais atrai emigrantes. © Créditos: Chris Karaba
Todos os dias há portugueses e brasileiros a anunciar que querem vir viver para o Luxemburgo, perguntando nos grupos das redes sociais como é o país, o valor dos salários e onde há casas para arrendar. Também há aqueles que não dominam nenhum dos idiomas do país, mas procuram um emprego no Grão-Ducado, e pedem sugestões. Outros há que acabam de chegar e procuram com urgência quartos para arrendar.
O Luxemburgo é, sem dúvida, o país da União Europeia que mais atrai os emigrantes. Em 2021, foi o Estado que registou a maior taxa de imigração da União Europeia, como revela o instituto de Estatísticas da UE, o Eurostat, num estudo divulgado na quarta-feira.
Para se perceber a dimensão da imigração neste país, basta olhar para as estatísticas: enquanto as populações europeias contam cinco estrangeiros em cada mil habitantes do país, no Luxemburgo esta proporção sobe para 40 estrangeiros em cada mil habitantes, dizem as estimativas do Eurostat. Seguem-se Malta, com 35 estrangeiros por mil habitantes e o Chipre com 27 por mil habitantes. Estes são os dois países que compõem o pódio da imigração atrás do Luxemburgo.
No fim do ranking está a Eslováquia, onde existe um estrangeiro por mil habitantes, atrás de Portugal e França, com cinco imigrantes por mil habitantes.
Metade da população do Grão-Ducado é estrangeira. © Créditos: Visuel: Eurostat
Metade da população é estrangeira
Sendo historicamente um país de grande imigração, não é de estranhar que praticamente metade da população (49,6%) do Luxemburgo seja de origem estrangeira. O mesmo é dizer que um em cada dois residentes nasceu fora do país, sendo os dados de 1 de janeiro do ano passado. Mais uma vez, o Grão-Ducado lidera o ranking com mais estrangeiros entre a população, e tem o dobro dos seus diretos seguidores, Malta com 23,6% e Chipre com 22,7% de cidadãos nascidos no estrangeiro.
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Portugueses, a maior comunidade
Os portugueses continuam a ser a maior comunidade estrangeira no país, com 97.700 residentes, de acordo com os dados de 2021 do Instituto Nacional de Estatísticas do Luxemburgo, o Statec.
Contudo, no total são 110.175 os portugueses a viver no Luxemburgo, se aqui incluirmos os cidadãos que têm outras nacionalidades, nomeadamente que já adquiriram também a nacionalidade luxemburguesa. Em 2020 ainda eram pouco mais de 94 mil. A cada ano que passa mais portugueses continuam a chegar ao Luxemburgo para viver e trabalhar.
A multiculturalidade do Grão-Ducado é muito ampla, sendo o país com mais cidadãos imigrantes de outro país da UE (33,8%), seguido do Chipre (10,6%) e da Áustria (9,3%). Quanto à população nascida fora da União Europeia e imigrada, o Luxemburgo surge em segundo lugar com (15,6%) destes imigrantes, bem perto de Malta (15,7%), a liderar a tabela.
O peso dos imigrantes
A 1 de janeiro de 2022 residiam no país 645.397 pessoas, um número que cresce anualmente e muito devido ao peso da imigração.
Número de imigrantes por país da UE. © Créditos: Visuel: Eurostat
"O Luxemburgo tem um aumento demográfico muito elevado, o que significa um crescimento de cerca de 2% por ano da população. Um crescimento que é devido ao fator migratório, são pessoas que vêm do estrangeiro e que fazem aumentar o crescimento da população", declarou François Peltier, responsável pela Unidade de População e habitação do Statec, numa entrevista anterior ao Contacto.
"Entre 80 e 85% do crescimento demográfico explica-se pelas migrações. Os restantes 15% a 20% explicam-se por um crescimento natural", acrescentou ainda.
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Assim é o pequeno Luxemburgo, o país mais rico da Europa, com maior qualidade de vida, com o salário mínimo mais elevado, tudo fatores que contribuem para a sua atratividade junto dos estrangeiros. Além de ser o nono país mais feliz do mundo.