Luxemburgo cai no índice de corrupção para o nível mais baixo da última década
Apesar disso, o Grão-Ducado ainda se mantém no top 10 do índice internacional de combate à corrupção. Portugal permanece no 33º. lugar.
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Em 2022, o Luxemburgo caiu no ranking dos países do Índice Global de Perceção da Corrupção (IPC) da Transparency International.
O Grão-Ducado mantém-se no top 10 dos países menos corruptos do mundo, mas caiu um lugar passando do nono para o décimo posto. No último ano, o país obteve uma pontuação de 77 em 100, a sua classificação mais baixa numa década, refere o Virgule.
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Neste ranking que avalia o nível de corrupção em 180 países, o Grão-Ducado tem sido frequentemente considerado um dos países mais avançados na luta contra a corrupção, mas em 2022 apenas deu pequenos passos nesse combate e escândalos como o Openlux contribuíram para a queda registada.
Para elaborar o seu índice, a Transparency International analisa notícias dos países onde são revelados problemas de corrupção e desvio de fundos públicos, bem como a capacidade dos governos para conter a corrupção no sector público, e o seu excesso de burocracia, enquanto potencial fomentador de oportunidades de corrupção. São também recolhidos dados compilados por diversas instituições de renome, incluindo o Banco Mundial e o Fórum Económico Mundial.
Luxemburgo com "declínio significativo"
No que se refere à situação do Luxemburgo em 2022, o relatório do organismo não é otimista. O país é apontado como um dos quatro estados europeus que conheceram um "declínio significativo" na última década, o que significa que é considerado mais corrupto do que era antes.
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As revelações do OpenLux e o facto de o Luxemburgo ainda ser visto como um local preferencial para a lavagem de dinheiro de origem ilegal ou criminosa são questões referidas na análise da ONG.
Apesar da queda no ranking, o Grão-Ducado parece empenhado em combater a corrupção. O país apresentou recentemente a sua candidatura para acolher a sede da nova agência europeia de combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, a AMLA.
Dinamarca no topo e Portugal no 33º lugar
O Índice Global de Perceção da Corrupção (IPC) de 2022 é liderado pela Dinamarca, com uma pontuação de 90 em 100 e uma subida de dois pontos face a 2021.
Seguem-se, no top 3, a Finlândia e a Nova Zelândia, com uma pontuação de 87, mas em queda por comparação com o ano anterior. Em quarto lugar surge a Noruega (84 pontos), seguida de Singapura (83), da Suécia (83), da Suíça (82), dos Países Baixos (80) e da Alemanha (79).
A Irlanda e o Luxemburgo ambos com 77 pontos fecham o top 10, sendo que no caso irlandês se regista uma subida de três pontos face a 2021, enquanto no do Grão-Ducado há uma perda de quatro pontos.
À exceção da Alemanha, os restantes países vizinhos do Luxemburgo estão pior classificados: a Bélgica ocupa a 18ª posição (com 73 pontos) e a França a 21ª. (com 71).
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Portugal mantém-se no 33º.lugar com a mesma pontuação (62) que em 2021, estando à frente de países europeus como a Espanha (35º lugar), Letónia (39º.), República Checa ou Itália, ambos no 41º lugar
Com as pontuações mais baixas do último ano estão países em conflito ou onde as liberdades e direitos são reduzidos. A Somália (12 pontos), Síria (13) e o Sul do Sudão (13) estão no fim da tabela. Os dez últimos lugares são ainda ocupados pela Venezuela (14 pontos), Iémen (16), Líbia (17), Coreia do Norte (17), Haiti (17), Guiné Equatorial (17) e Burundi (17).