Homicídio de Diana. Advogado do suspeito fala pela primeira vez sobre o caso
Daniel Baulisch é o advogado de Said Banhakeia, o marroquino de 48 anos que foi detido na semana passada por suspeita de envolvimento na morte de Diana Santos.
Daniel Baulisch é o advogado de Said Banhakeia, o principal suspeito do homicídio de Diana Santos. © Créditos: Gerry Huberty
Em declarações exclusivas ao Contacto, o advogado revela que Said Banhakeia se afirma inocente. O suspeito foi detido na passada quinta-feira pela polícia judiciária luxemburguesa. É acusado de homicídio "com premeditação" e está em prisão preventiva na penitenciária de Schrassig.
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Daniel Baulisch reconhece que foram encontrados "indícios suficientes" pela polícia para que Said fosse detido e considerado suspeito do crime. Sobre um possível álibi do homem no dia em que Diana foi assassinada, o advogado afirmou que não pode, para já, "revelar detalhes".
Quanto a outros possíveis suspeitos, Said não apontou nomes ao advogado. Questionado sobre se o sobrinho Gibran também é considerado suspeito e se está a ser procurado pelas autoridades, Baulisch respondeu apenas que não pode comentar o assunto porque "o caso está a ser investigado".
O advogado garante que irá provar a presumível inocência de Said e que terá mais informações sobre o caso nas próximas duas semanas. "A investigação ainda só está no início", explicou.
O Contacto tem tentado esclarecer junto das autoridades se existem mais suspeitos do crime, nomeadamente Gibran, o alegado marido de Diana que está desaparecido, mas não obteve qualquer confirmação até ao momento.
Onde está Gibran Banhakeia?
Ninguém parece saber do paradeiro deste homem. Sabe-se que é sobrinho de Said Banhakeia e o alegado marido da portuguesa de 40 anos encontrada desmembrada em Mont-Saint-Martin, no dia 19 de setembro.
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Segundo os familiares e amigos de Diana, Gibran tem entre 35 e 40 anos e é de nacionalidade marroquina. Terá casado com a portuguesa por conveniência, em troco de uma quantia de dinheiro.
O matrimónio terá acontecido no dia 14 de julho, segundo os familiares da portuguesa e o ex-companheiro de Diana, mas o Contacto não obteve a confirmação, através das entidades competentes, de que este casamento aconteceu de facto.
O Contacto sabe que Gibran estava a tirar um doutoramento na École Doctorale Humanités Nouvelles - Fernand Braudel da Universidade de Lorraine, em Metz - perto da fronteira com o Luxemburgo - desde o ano passado. Fonte da universidade confirmou que o marroquino se registou no ano letivo de 2021/2022, mas não renovou a sua inscrição para o corrente ano.
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No final de julho, já depois do alegado casamento, Gibran e Diana arrendaram uma casa em Diekirch. Queriam renovar a habitação para depois colocar os vários quartos a arrendar. Depois de o corpo ter sido identificado, a casa foi alvo de buscas e a porta, que tem o nome de ambos, foi selada pela polícia, que não confirmou se aquele poderia ser o local do crime. Desde então, nunca mais ninguém viu Gibran e ninguém sabe do seu paradeiro.
Quem era Diana Santos?
Diana Santos era natural do Porto. Segundo o irmão, Vítor Santos, que falou ao Contacto, vivia no Luxemburgo há "cerca de quatro ou cinco anos".
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Esta não era a primeira experiência da portuguesa no estrangeiro. O pai, que também já tinha falado ao Contacto, revela que a filha sempre trabalhou como empregada de mesa e de cozinha.
O Ministério Público luxemburguês confirmou na passada segunda-feira, em primeira mão ao Contacto, que a vítima era portuguesa e vivia no Grão-Ducado.
Na sequência desta notícia, o Ministério Público de Nancy, em França, confirmou no dia seguinte que as autoridades luxemburguesas tinham identificado o corpo graças às tatuagens e ao uso do ADN e acrescentou que entregou o caso ao Parquet de Dierkich.
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O corpo desmembrado da mulher foi encontrado no dia 19 de setembro por um adolescente de 16 anos atrás de um edifício abandonado, nas imediações da Câmara de Mont-Saint-Martin, no departamento Meurthe-et-Moselle.
O caso está a ser investigado pelas autoridades francesas e luxemburguesas.