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Ex-namorado de Diana: "Foi a mulher que mais amei. Era incapaz deste crime"

Foi o ex-companheiro que fez o reconhecimento do corpo encontrado desmembrado em Mont-Saint-Martin. Reconheceu Diana através das tatuagens.

Diana tinha 40 anos e era natural do Porto.

Diana tinha 40 anos e era natural do Porto. © Créditos: DR

Jornalista

O ex-namorado de Diana Santos, a portuguesa de 40 anos que foi encontrada desmembrada em Mont-Saint-Martin, no dia 19 de setembro, revela ao Contacto que colaborou com as autoridades na investigação do caso e que sempre foi tratado como testemunha, nunca como suspeito.

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O ex-companheiro de Diana viveu com a portuguesa durante três anos, em Athus, na Bélgica. Ao Contacto, recorda a história do casal. "Começámos a namorar em 2019. Conhecemo-nos num bar onde ela trabalhava. A Diana foi a mulher que eu mais amei", afirma. Mas a relação nem sempre foi fácil. "Muitas vezes discutimos. Cada um puxa o seu elástico e chega a uma altura em que o elástico rebenta. Em 2021 fui detido porque a Diana fez queixa à polícia acusando-me de a ter agredido", conta.

Nove meses depois, em junho deste ano, quando o antigo namorado da portuguesa saiu da prisão, o casal voltou a juntar-se. Diana estava então a trabalhar num café em Ettelbruck, como o Contacto noticiou. Alugaram um apartamento em Pétange. Porém, terminaram a relação pouco tempo depois, devido ao envolvimento de Diana com outro homem. A partir daí, falaram muitas vezes por telemóvel, como amigos.

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Só no dia 26 de setembro, uma semana depois de o corpo de Diana ter sido encontrado, é que este homem desconfiou que pudesse tratar-se da ex-namorada, devido às imagens das tatuagens que a polícia divulgou.

"Depois de ver a fotografia e a tatuagem com o nome do filho, disse: 'É a Diana'. E comecei a chorar", recorda. "Não estava bem. Com o fim da nossa relação e depois de saber da morte dela, sobretudo da forma que foi, ainda hoje não estou bem. Estou sempre a pensar nisso", desabafa.

Assim que a identificou, o ex-companheiro contactou as autoridades e colaborou na investigação do caso. "Dei o meu testemunho, com todos os pormenores. Sempre me trataram como testemunha, nunca como suspeito", revela, criticando as notícias que o dão como possível suspeito do crime, pelo facto de ter estado detido por violência doméstica. "Era incapaz de cometer um crime destes. Não conseguia matar nem uma galinha", garante.

Quem era Diana Santos?

Diana Santos era natural do Porto. Segundo o irmão, Vítor Santos, que falou ao Contacto, vivia no Luxemburgo há "cerca de quatro ou cinco anos".

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Esta não era a primeira experiência da portuguesa no estrangeiro. O pai, que também já tinha falado ao Contacto, revela que a filha sempre trabalhou como empregada de mesa e de cozinha.

O Ministério Público luxemburguês confirmou na segunda-feira, em primeira mão ao Contacto, que a vítima era portuguesa e vivia no Grão-Ducado.

Na sequência desta notícia, o Ministério Público de Nancy, em França, confirmou na terça-feira que as autoridades luxemburguesas tinham identificado o corpo graças às tatuagens e ao uso do ADN e acrescentou que entregou o caso ao Parquet de Dierkich.

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O corpo desmembrado da mulher foi encontrado no dia 19 de setembro por um adolescente de 16 anos atrás de um edifício abandonado, nas imediações da Câmara de Mont-Saint-Martin, no departamento Meurthe-et-Moselle.

O caso está a ser investigado pelas autoridades francesas e luxemburguesas.