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Saúde

Urgências pediátricas em França estão saturadas. Cuidadores pedem ajuda a Macron

Um surto de bronquiolite está a saturar as emergências de pediatria. Mas os cuidadores falam de problemas estruturais anteriores.

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Fonte: AFP

Mais de quatro mil prestadores de cuidados assinaram uma carta aberta ao Presidente francês, Emmanuel Macron, em que denunciam a saturação dos serviços hospitalares pediátricos, particularmente na região de Ile-de-France, devido à atual epidemia de bronquiolite.

No entanto, a documento vai mais além e aponta problemas estruturais que são o resultado de uma "inação política irresponsável".

Os signatários falam das condições de trabalho e cuidados inadequados, mas também das "transferências distantes" de crianças, por vezes para cidades "a várias centenas de quilómetros" de distância de casa. "Há um problema e nós conhecemo-lo", admitiu a ministra da Organização Territorial e das Profissões da Saúde,Agnes Firmin Le Bodo, em entrevista à Franceinfo.

"Precisamos de disponibilizar camas, sim, mas com pessoal de saúde. Milhares foram retiradas porque estamos num modelo de transformação de cuidados com o desenvolvimento dos cuidados ambulatórios. Mas conseguimos mostrar a capacidade de reabrir as camas quando necessário", acrescentou.

Quando questionada sobre os riscos de escassez de paracetamol (embora tenha sido negado pelos fabricantes do setor), Le Bodo reconheceu "tensões" sobre o tema mas "não há uma escassez de moléculas de paracetamol". Convidou também os farmacêuticos a "limitar as vendas a duas caixas por pessoa" e as pessoas a não acumularem medicamentos em casa.

Já o ministro da Saúde, François Braun, disse este sábado em entrevista à France2, que o Governo conta com a "com a solidariedade entre hospitais, com a medicina municipal e estamos a trabalhar na abertura de centros médicos de plantão por períodos mais longos à noite".

Numa tentativa de tranquilizar os franceses, o ministro afirmou que "é normal estar preocupado, mas ligue para o 15, chame o serviço de ambulância. É para isso que existe".