Em crise, hospital de Thionville recruta 12 profissionais para urgências
Desde 30 de dezembro, 55 de 59 enfermeiros e auxiliares do serviço de urgência têm estado de baixa por doença.
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O diretor-geral interino do Centro Hospitalar Regional (CHR) de Metz-Thionville anunciou, na terça-feira, o recrutamento de seis enfermeiros e seis auxiliares para o serviço de urgência de Thionville, onde a maior parte do pessoal está de baixa médica.
"Teremos de criar seis postos de enfermagem para assegurar atividade e cuidados 24 horas por dia, bem como (...) seis para auxiliares que trabalharão nas funções de cuidados de proximidade a doentes, mas também em ligação direta com as famílias", disse David Larivière, o diretor-geral interino do CHR, durante uma conferência de imprensa.
Sindicato considera medidas "insuficientes"
"Isto corresponde ao pedido feito pela equipa, e nós respondemos favoravelmente", contextualizou. "Considerámos também soluções internas para melhor organizar as instalações e, portanto, alargar as áreas de cuidados aos doentes."
"Muitas propostas foram feitas, e trazem esperança", reagiu Philippe Alarcon, chefe do serviço de urgência de Thionville, que participou na conferência de imprensa. "Mas não podemos fazer uma revolução em 24 horas, a situação [precária] é bastante semelhante noutros estabelecimentos franceses".
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"Estas medidas são totalmente insuficientes", afirmou Patricia Schneider, delegada sindical da Sud-Santé, à AFP. "Os seis auxiliares não trabalharão apenas nas urgências, mas também noutros serviços e os seis postos de enfermagem não são permanentes, mas temporários. O próprio diretor reconheceu na reunião que não tinha medidas a longo prazo a propor.!
Novo diretor-geral no final de janeiro
Desde 30 de dezembro, 55 enfermeiros e auxiliares de 59 (ou seja, 93% do total) do serviço de urgência de Thionville têm estado de baixa por doença, em alguns casos por decisão dos próprios médicos das urgências.
Os profissionais de saúde entrevistados referiram o "esgotamento físico e psicológico" face às dificuldades de cuidar dos pacientes num serviço que regista regularmente mais de 100 visitas por dia, mas tem apenas 12 cubículos de receção, e num estabelecimento que tem falta de camas hospitalares.
Por exemplo, vários auxiliares de saúde relataram o caso de um paciente de 90 anos que esteve numa maca durante "mais de 90 horas" e que "só tinha sido mudado uma vez" durante este período.
A diretora da ARS Grand Est, Virginie Cayré, disse também à AFP que o novo diretor-geral do CHR de Metz-Thionville será nomeado "até ao final de janeiro", para assumir o seu cargo "até ao final de março, o mais tardar".