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Borders. A 'app' que faz as contas pelos transfronteiriços

Com esta aplicação, será mais fácil provar a permanência no Luxemburgo a trabalho.

© Créditos: Shutterstock

Desde o início do ano que existe uma aplicação para smartphones iOS e Android focada em facilitar a tributação dos trabalhadores fronteiriços, nomeadamente, no que diz respeito aos comprovativos de viagens, despesas e atividades laborais.

A app 'Borders' promete "uma ferramenta poderosa para justificar as suas viagens de negócios ou viagens privadas pessoais" para "uma tributação mais simples com total tranquilidade de espírito", lê-se na descrição.

O seu criador, Thierry Derochette, é um trabalhador fronteiriço belga que trabalha com impostos no Luxemburgo, há duas décadas.

"No meu trabalho, tenho sido confrontado em várias ocasiões com funcionários da administração fiscal irrascíveis. É claro que é possível justificar-se através de uma série de documentos. Contudo, o que me incomodava era que este sistema dependia fortemente da relação do funcionário com o seu empregador", admite Thierry ao jornal Virugle. E dá exemplos: "Se um trabalhador sai chateado com o seu empregador, um ou dois anos depois as autoridades fiscais vêm bater à sua porta. Estará o antigo patrão disposto a entregar estes documentos?", questiona.

Thierry começou então a trabalhar com o objetivo de finalmente permitir que os trabalhadores transfronteiriços belgas, mas também franceses e alemães, se beneficiem de um sistema eficiente e indiscutível com as autoridades fiscais. “Houve muito trabalho para testar todas as funcionalidades, configurar o GPS, respeitar todas as medidas de segurança e privacidade, etc...", explica o fiscal.

A aplicação fornece vários serviços no sentido de comprovar a atividade laboral, despesas e deslocações do trabalhadores.

  • Verificação automática da localização

A app garante um acompanhamento diário dos movimentos, tornando possível atestar a presença no local de trabalho, mas Thierry ressalva que "não se trata de rastreamento permanente", uma vez que é a pessoa que decide manualmente quando quer que a sua posição seja registada.

Por exemplo, quando sai de casa, pode iniciar o check-in e depois pará-lo assim que chegar à empresa. Também está disponível a opção de "faixas horárias automáticas para registar a posição durante um determinado período de tempo. Isto é útil para pessoas com horários regulares", afirma.

  • Armazenamento completo das despesas

A Borders consegue fazer um armazenamento das despesas, bem como uma análise completa das atividades dos utilizadores. "Isto permite o armazenamento de todos os recibos, como bilhetes de estacionamento de restaurante, para apoiar o arquivo fiscal", afirma Thierry, o que pode ser útil no futuro.

  • Teletrabalho

Um módulo relativo ao teletrabalho é também implementado e permite aos utilizadores contar o número de dias restantes de acordo com o seu país de residência.

  • Diário de bordo

O módulo "diário de bordo" permite o registo das viagens e do número de quilómetros percorridos por trabalhadores fronteiriços, que pode vir a ser usado em relatórios de despesas. Este serviço é dirigido a todos, não apenas aos trabalhadores fronteiriços", sublinha ao Virgule o criador da aplicação, que já pensa numa segunda versão simplificada.

"Sentimos que começa a firmar-se mas percebo que pode ser bastante complexo. Já penso numa segunda versão para simplificá-la o máximo possível", garante.

De confiança

Thierry deixa claro que os dados contidos na app são completamente legítimos e incontestáveis no caso de uma auditoria fiscal. "Se eu não conseguir que a Borders seja reconhecida pelas autoridades fiscais belgas, gostaria de saber, através de uma pergunta parlamentar, que condições seriam necessárias para que um tal pedido fosse considerado 'aceitável'".

A verdade é que, nas tentativas anteriores, "infelizmente, não obtive as respostas que esperava. Nas entrelinhas, deram-me a entender que a candidatura não poderia ser validada porque isso equivalia a fazer o trabalho dos auditores", explica.

Uma assinatura mensal normal custa 4,99 euros e uma "versão profissional" custa 7,99.

*Com jornal Virgule

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