A portuguesa que está a salvar vítimas de violência doméstica no Luxemburgo
Ana Pinto anda pelos liceus do Luxemburgo a contar como é possível deixar um casamento de violência e reconstruir uma vida feliz. Um relato que está a salvar vítimas adolescentes. Fundou uma associação e, ao seu lado, tem Liv e Patz, com iguais histórias de luta contra os agressores. Exemplos de coragem que estão a levar mais vítimas a dizer “Basta!” e a denunciar os abusos.
Ana Pinto ainda guarda a fotografia das suas costas cheias de marcas vermelhas e negras das agressões do ex-marido que, dessa vez, ainda lhe partiu um braço, algumas costelas e lhe provocou um traumatismo craniano. “Foi a última vez que ele me bateu”, prometeu a lusodescendente a si própria, após a alta hospitalar, naquelas férias de 2011. E dessa vez, Ana Pinto, então com 36 anos, cumpriu a promessa, ganhando coragem para fugir de casa com o filho de três anos, e denunciar à polícia os oito anos de violência doméstica, física e psicológica, que sofrera. A par com as agressões físicas, o marido controlava toda a sua vida, proibia-a de conviver ou telefonar e chegou a fechá-la na cave de casa durante três dias, sem comer nem beber.
O “Basta!” chegou para esta mãe quando viu que o seu filho “estava também em perigo”. Saiu de casa com um “até já” para o marido, que autorizou que ela fosse a uma consulta e levasse o filho. Ana fugiu para casa da mãe, onde pela primeira vez lhe contou a verdade. Nem sequer voltou a casa para ir buscar a roupa dela e do menino. Nada. Foi o início de uma nova vida para esta vítima que, na altura, já não se reconhecia ao espelho onde via refletida uma mulher em farrapos, com medo, sem autoestima e a culpabilizar-se a si própria pelo sucedido e por fazer sofrer o filho. Era mais uma vitória para o ex-marido que conseguira aniquilar todo o amor próprio desta mulher e a capacidade de se avaliar como “boa mãe”.
“Eu bati no fundo do poço, mas consegui reerguer-me, como uma fénix renasci das cinzas, tornei-me mais forte, voltei a amar e construi uma vida feliz”, diz Ana Pinto, sentada na varanda da sua casa, onde as paredes estão cobertas de sorrisos estampados nos rostos dela, do seu novo marido e dos dois filhos, a menina de cinco anos e o filho de 14 anos, nas fotografias de família emolduradas.
“Se eu consegui sobreviver a todo o inferno e encontrar a minha felicidade, as outras mulheres que passam pelo mesmo drama, também podem voltar a ser felizes e é essa a mensagem que transmito sempre”, vinca esta portuguesa nascida no Luxemburgo que, em novembro passado, deu rosto e voz ao seu passado de violência doméstica na campanha “I’m Possible” (sou possível), promovida pela associação Zonta Club Luxembourg Multiculturel, com o apoio da Grã-Duquesa do Luxemburgo e lançada durante a Orange Week de novembro passado.
"Sou a prova que podemos ser felizes"
A campanha foi idealizada por si e à Ana Pinto, hoje com 46 anos, juntaram-se mais três vítimas de violência doméstica e sexual, Liv, Patz e Mary, que tal como ela assumiram, olhando para a câmara, todas as agressões sofridas, apelando às outras vítimas que também digam “Basta”, denunciem os agressores e recomecem uma nova vida.
“Tal como eu, muitas pensam que é impossível sair daquele inferno, culpabilizam-se e acabam também por se destruir a si próprias e colocar a vida em perigo. Mas, “I’m possible”, sou possível, e queremos provar que é possível sair. O caminho é longo, mas vale a pena. Como digo, eu sou a prova de que podemos voltar a ser felizes, 150% mais felizes”, realça a lusodescendente sem esconder o “amor e agradecimento” que sente pelo seu novo marido que lhe restituiu a “confiança de que é possível ter uma relação, um casamento feliz e que a vida pode ser bela”.
É o seu exemplo que Ana Pinto quer transmitir aos 20 por cento de mulheres vítimas desta violência no Luxemburgo, segundo os dados recentes do STATEC. O rácio é negro: uma em cada cinco mulheres, entre os 16 e os 74 anos, já sofreram alguma forma de abuso sexual, físico ou psicológico no país.
A campanha foi o primeiro passo para a nova batalha da portuguesa: fundar uma associação de apoio às vítimas de abusos sexuais e de violência doméstica, ajudando-as a ganhar coragem para terminar com as agressões o mais cedo possível, ou sair de relações tóxicas prevenindo o pior. A nova associação que está prestes a iniciar atividade vai chamar-se “A voz dos Sobreviventes”. O logotipo é uma fénix porque a própria Ana Pinto sente-se como esta ave “renascida das cinzas”.
O testemunho de Ana Pinto na campanha "I'm Possible", da Zonta Club Luxembourg Multiculturel
“Queremos ser a voz das vítimas de todas as formas de violência, seja ela qual for, como a dos abusos cometidos no seio da Igreja Católica”, realça esta lutadora lembrando que “ainda há muitas pessoas que foram abusadas e sofrem em silêncio”, por o “tema ainda ser tabu e terem vergonha”. Mas, dispara logo a seguir, “as vítimas não têm de ter vergonha nem medo, quem tem de ter vergonha e medo são os agressores”. Mais: “As vítimas têm de denunciar os maus tratos, voltar a ganhar o respeito por si próprias, acreditar que são boas esposas, boas mães, que têm competências e podem escolher uma outra vida, sem violência. Temos de denunciar os autores dos abusos, mostrar confiança e um sorriso na cara para que os agressores percebam que não nos derrubaram”.
Alunas confessam abusos
É esta determinação e convicção que Ana Pinto transmite aos adolescentes nas sessões de sensibilização contra os abusos e violência que realiza pelas escolas secundárias do Luxemburgo. De frente para uma classe de alunos, de 16 e 17 anos, a nova dirigente associativa relata a sua história pessoal para mostrar como se pode sobreviver aos abusos, aos traumas e “encarar o futuro sem medo e confiante”.
Uma experiência com poucos meses, iniciada após a campanha “I’m Possible”, e que lhe tem revelado que este flagelo “é ainda mais grave do que pensava” entre as adolescentes.
“Quando eu acabo de falar tem havido alunas, até agora são só raparigas que me procuram, para contar que também elas foram vítimas de abusos. Outras alunas têm mesmo, ainda na sala de aula, e em frente a todos os colegas, se levantado para revelar que foram abusadas, muitas em lágrimas. Dizem que nunca tinham contado a ninguém e estão a sofrer tanto que contam ali mesmo porque se identificam comigo”, diz Ana Pinto. Numa dessas vezes, na sala de aula, conta, “uma amiga colega levantou-se e foi abraçar a jovem, ficando as duas a chorar abraçadas”. Os agressores são sempre conhecidos das vítimas, muitas vezes são os pais ou familiares próximos e as alunas vítimas das mais variadas nacionalidades, sendo “uma delas portuguesa”.
© Créditos: Gerry Huberty
Sessões nas escolas
Embora não tenha números exatos, Ana Pinto estima que “perto de 100 alunas já revelaram nestas sessões serem vítimas”. Por certo, “já houve mil alunos a assistir às minhas conferências nas escolas e destes cerca de 10% revelaram ter sofrido abusos, o que é muito”, alerta.
Nas escolas, a lusodescendente ou realiza sessões por turma, “no mesmo dia, ando de classe em classe”, ou se organiza uma única sessão num espaço maior, como salas de conferências ou anfiteatros, onde “chega a haver perto de cem pessoas a assistir, alunos e professores”. Os convites são feitos pelas escolas a esta portuguesa que está a receber cada vez mais pedidos.
Nestas conferências, Ana Pinto vai sempre acompanhada por um polícia para este explicar também as competências das autoridades nos casos de abusos e violência.
“Todas as alunas que revelam os abusos sofridos são de seguidas encaminhadas para o serviço de apoio psicológico da escola, o Centro de Apoio Psicossocial e Educativo (Cepas), para falar com os psicólogos. Há vezes em que eu própria vou com elas”, explica a lusodescendente. Entre estas vítimas há quem decida fazer queixa na polícia do agressor: “E eu disponibilizo-me para ir com elas. Outras dizem que ainda não têm coragem para dar esse passo, mas para já passam a ter apoio psicológico, que é muito importante”.
A voz dos sobreviventes
A nova associação “Voz dos sobreviventes”, cujo núcleo principal é formado por Ana Pinto, Liv, Patz e Christian Faber, abusado por um padre em criança no Luxemburgo, quer ajudar vítimas, e lutar por mais direitos para quem sofreu abusos e violência. “Queremos mudar as leis que não são a favor das vítimas e defendemos a existência de um só local onde as vítimas se podem dirigir e receber todos os apoios que necessitam, incluindo os apoios legais (advogados) e terapêuticos (psicológicos) e ajuda de antigas vítimas. Lutamos ainda por mais centros de acolhimento, onde as mulheres possam ficar a salvo dos agressores. São estas as nossas principais batalhas junto do Governo e outras associações”, descreve a lusodescendente.
O caminho de um sobrevivente de abusos é duro e longo até recuperar do trauma e ganhar de novo a autoestima, para além da pressão psicológica e dos problemas e conflitos pessoais e legais que os agressores continuam muitas vezes a colocar. Ana Pinto separou-se do ex-marido em 2011, mas só em 2019 conseguiu ficar formalmente divorciada dele.
“Tentou sempre tudo para não me dar o divórcio, colocou recurso atrás de recurso, até não haver mais hipóteses”, lembra a lusodescendente, que necessitou de apoio psicoterapêutico, durante anos, para recuperar a confiança e garra desfeitas pela tortura do ex-marido.
Os mesmos apoios estão a ter a jovem Liv, de 20 anos, e Patz, de 52 anos, outras duas protagonistas da campanha “I’m Possible”, que relatam publicamente os abusos sofridos para dar coragem às vítimas e agora estão na nova associação “A Voz dos Sobreviventes”.
“Os traumas psicológicos que ficam são, em muitos casos, piores do que os abusos físicos”, garante a luxemburguesa Liv, de 20 anos, que quase seis anos depois de ter sido violada pelo maestro da banda de musica da sua localidade, ainda não superou os episódios de abuso sofridos.
Liv. O rosto da coragem
O olhar doce e a voz aparentemente calma desta jovem não conseguem ainda esconder totalmente a dor que continua a sentir por ter sido vítima indefesa de um homem em quem, aos 14 anos, tinha toda a confiança e respeito. “Ainda continuo a ir às consultas de psiquiatria e psicologia”, conta a estudante que é excelente aluna e quer entrar para o curso de medicina.
Da primeira vez que foi abusada pelo “dirigente musical”, Liv não compreendeu bem o “que se passara naquele encontro noturno às escondidas”, mas sabia “que não devia ter acontecido”. Na manhã seguinte, contou à sua irmã mais velha, Zoe, e foi quando percebeu “a gravidade da situação” e que não tinha sido a única vítima.
“Também a minha irmã tinha sido abusada pelo mesmo homem, tal como outras duas colegas da banda, como mais tarde viemos a descobrir”, salienta a jovem. Liv e a irmã guardaram segredo e continuaram a dar-se com o agressor, por “medo de represálias” dele e de se “expor às outras pessoas”.
Liv admite que naquela altura e com aquela idade “não tinha coragem para o enfrentar”. Só quatro meses mais tarde é que as irmãs contaram aos seus pais que lhes deram todo o apoio para avançar com uma queixa. “Mas nós não tínhamos ainda coragem para a denúncia, tínhamos muito medo e vergonha. Só dois anos mais tarde fomos à polícia”, explica Liv que sofre de stress pós-traumático devido aos abusos.
Liv, a irmã e as outras duas colegas vítimas, levaram o agressor a tribunal que foi “condenado a oito anos de prisão, mas com pena suspensa”. Para Liv trata-se de uma “injustiça, pois um abusador deveria estar mesmo na prisão”.
“A pena suspensa é possível, entre outros fatores, quando é a primeira vez que o agressor sexual vai a tribunal, não tendo antecedentes criminais, como nos explicaram os advogados. Mas não devia ser, a justiça devia funcionar melhor e prender efetivamente estes agressores para dar confiança às vítimas e dissuadir outros de cometam o mesmo crime, sabendo que vão ficar presos na cadeia”, defende Liv com firmeza. “Esta será uma das batalhas da nossa nova associação”, garante a jovem, que desde que expôs a sua história de abusos na campanha “I’m Possible”, tem-se manifestado publicamente, em entrevistas, entre eles no Luxembourg Wort, e debates, contra a atribuição de penas suspensas a agressores sexuais.
© Créditos: Chris Karaba
“A pena suspensa é possível, entre outros fatores, quando é a primeira vez que o agressor sexual vai a tribunal, não tendo antecedentes criminais, como nos explicaram os advogados. Mas não devia ser, a justiça devia funcionar melhor e prender efetivamente estes agressores para dar confiança às vítimas e dissuadir outros de cometam o mesmo crime, sabendo que vão ficar presos na cadeia”, defende Liv com firmeza. “Esta será uma das batalhas da nossa nova associação”, garante a jovem, que desde que expôs a sua história de abusos na campanha “I’m Possible”, tem-se manifestado publicamente, em entrevistas, entre eles no Luxembourg Wort, e debates, contra a atribuição de penas suspensas a agressores sexuais.
A jovem não está sozinha nesta reivindicação. Existe uma petição pública que vai a debate na Câmara dos Deputados a defender igualmente um endurecimento das condenações nestes casos. “Além disso, as penas suspensas para criminosos sexuais (incluindo de menores) chocam as vítimas e dá-lhes a sensação de que nada serve lutar” e denunciar, lê-se no texto da petição, da autoria de Diane Schaefers, que reivindica penas mais pesadas para agressores sexuais no Luxemburgo. Como a petição ultrapassou as 4500 assinaturas (4656 na data de encerramento) vai ser debatida pelos deputados.
De salientar que também a ministra da Justiça, Sam Tanson, apresentou um projeto de lei que prevê o reforço dos meios na luta contra os abusos sexuais e exploração sexual de menores, que visa entre outros o agravamento das penas para estes crimes.
O testemunho de Liv na campanha "I'm Possible", da Zonta Club Luxembourg Multiculturel
Derrubar o tabu
Liv tem o apoio da família e amigos nesta sua luta para derrubar o tabu “que ainda existe sobre os abusos sexuais” assumindo ter sido vítima. “Sinto-me mais forte desde que o fiz e já fui contactada por várias jovens e mulheres também vítimas, de várias idades, que me disseram que depois de me ouvirem ganharam coragem e foram fazer queixa à polícia. É a prova de que valeu a pena eu falar”, declara com um sorriso tímido a jovem. Sempre que for preciso, Liv diz-se disposta a contar a sua história de sobrevivência para “alertar as jovens e dar força às vítimas”.
“A minha mensagem é que ao primeiro sinal de abuso falem com alguém, com amigas ou pais. Não guardem segredo, falem, denunciem. Vão sentir-se melhor porque há um peso que sai de cima de nós e os traumas serão menores”, garante esta sobrevivente. Liv sente-se entusiasmada com a nova associação e com “apoio que podemos dar a todas as vítimas, mulheres e homens que estejam a sofrer”. “Queremos mostrar que é possível voltar a confiar em nós e, como eu, termos uma relação amorosa feliz”, vinca a estudante com um brilho repentino nos olhos.
Patz. Vida depois do "inferno"
Patz, de 52 anos, mãe de cinco filhos, também já não teme dar a cara e admitir “sem vergonha” que foi vítima de violência conjugal durante oito anos, para apelar às mulheres que “parem de sofrer e deem o primeiro passo: falar e procurar ajuda para sair do inferno”.
Esta luxemburguesa só se “arrepende” de não ter tido coragem mais cedo. “Porque o meu ex-marido me agredia com violência à frente dos meus filhos e eles sofreram”, conta. Por isso, aceita contar o seu caso as vezes que forem precisas para “dar o exemplo, também aos meus filhos e outros jovens, para que saibam que é preciso sensibilizar para este grave problema na sociedade”. Mas não só.
© Créditos: Gerry Huberty
Esta luxemburguesa só se “arrepende” de não ter tido coragem mais cedo. “Porque o meu ex-marido me agredia com violência à frente dos meus filhos e eles sofreram”, conta. Por isso, aceita contar o seu caso as vezes que forem precisas para “dar o exemplo, também aos meus filhos e outros jovens, para que saibam que é preciso sensibilizar para este grave problema na sociedade”. Mas não só.
“A própria justiça luxemburguesa tem de proteger mais as vítimas, fazer mais por elas. Um dos objetivos da nossa nova associação é pressionar as autoridades e lutar por uma justiça melhor e mais rápida para as vítimas”, apela Patz, que venceu a batalha contra a violência física do ex-marido e deseja agora passar a mensagem de força e coragem para quem sofre de abusos conjugais. Sobretudo para as mulheres vítimas que têm filhos e em que “a decisão de denunciar e seguir em frente é mais difícil de tomar, como sei por experiência própria”.
“Muitas mães continuam presas a um casamento de violência por amor aos filhos”, diz Patz. Ela própria, mesmo depois da ordem de expulsão do marido de casa, por violência doméstica, abriu-lhe novamente a porta.
“Ele prometeu que as coisas iriam mudar, que a violência terminara e eu, pelos nossos filhos, aceitei dar uma nova oportunidade. Algumas semanas depois as agressões recomeçaram. Tudo voltou ao mesmo e foi graças ao apoio da minha psicóloga que coloquei mesmo um ponto final na situação e me separei há sete anos”, recorda esta vítima. Às mulheres que estão a passar pelo mesmo a luxemburguesa apela para lhe seguirem o exemplo e “terminarem as suas relações de abusos”. “É o melhor que podem fazer por si e pelos filhos”.
As vítimas "não têm culpa"
Como faz questão de sublinhar “não nos podemos sentir culpadas por sermos vítimas. A culpa é toda de quem nos agride”.
Também esta luxemburguesa conseguiu reconquistar a confiança em si e desde há cinco anos, refazer a sua vida ao lado de “um homem bom que me apoia totalmente e me ajuda em tudo o que necessito para me sentir bem, como as consultas de psicologia onde continuo a ser seguida”. A quem continua a sofrer, presa numa relação de abusos e violência doméstica Patz apela para “mudem a situa-ção, reajam e saiam porque se ficarem as agressões vão continuar”. “Parem agora de sofrer e terminem essa relação de violência conjugal. Antes que seja tarde demais”, pede.
Para Patz, tal como Liv e Ana Pinto, todas as vítimas merecem a oportunidade de conhecer uma vida tranquila, “reconquistando a confiança numa relação saudável” e em si mesmas.
Se sofre de violência doméstica ou de abusos e precisa de ajuda pode contactar a Helpline Violence no Luxemburgo através do número +352 206 010 60 das 12h às 20h todos os dias, ou através do email: info@helpline-violence.lu. Mais informações no site Helpline-Violence.