Contacto
Guerra na Ucrânia

Portugal já recebeu 672 pedidos de proteção temporária de refugiados ucranianos

Ativação de diretiva europeia de proteção temporária permitirá acolher os cidadãos em fuga do conflito militar resultante da invasão russa da Ucrânia.

© Créditos: Marton Monus/dpa

Jornalista

Portugal recebeu, até às 13h desta quinta-feira, 530 pedidos de proteção temporária, que permitirá acolher os cidadãos em fuga do conflito militar resultante da invasão da Ucrânia pela Rússia, refere o Ministério da Administração Interna em comunicado.

Este número eleva para 672 o total de pedidos de cidadãos ucranianos que fogem da guerra provocada pela invasão russa do país, uma vez que antes da aprovação daquele diploma já tinham sido recebidos 142 pedidos de proteção pelo Governo português.

Ler mais:Luxemburgo cria centro de acolhimento para refugiados da Ucrânia

Foi a primeira vez na história da União Europeia (UE), que foi ativada, e por unanimidade, a Diretiva de Proteção Temporária (Diretiva 2001/55) que permitirá acolher os cidadãos em fuga do conflito militar resultante da invasão russa da Ucrânia.

“Foi um dia muito importante para Portugal, para a EU e para a Ucrânia. Esta diretiva nunca tinha sido ativada e é uma prova de solidariedade de toda a UE no apoio à Ucrânia”, afirmou a Secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, no final da reunião do Conselho de Justiça e Assuntos Internos que se realizou em Bruxelas.

A diretiva permitirá que todos os Estados-membros possam responder de forma harmonizada ao acolhimento humanitário dos cidadãos ucranianos, das suas famílias e de pessoas de outras nacionalidades que fogem daquele conflito militar, uma vez que esta operação “implica uma coordenação importante” entre todos os Estados-membros e a necessidade de “monitorizar constantemente as chegadas” dos cidadãos em fuga da Ucrânia, adiantou a responsável.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades do país.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos confirmou, esta quinta-feira, 227 civis mortos, incluindo 15 crianças, e outros 525 feridos, dos quais 28 menores, desde o início do conflito.

Ler mais:UE chega a "acordo histórico" para ativar corredores humanitários para refugiados

O organismo admite, contudo, que estes números possam estar subestimados, visto que contabilizam apenas as baixas confirmadas e utilizam uma metodologia bastante rigorosa. Segundo avançavam esta quarta-feira, as autoridades ucranianas a invasão russa já provocou mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças.

De acordo com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já morreram 9.000 soldados russos, mas não é conhecido o número de vítimas militares ucranianas. Por sua vez, Moscovo confirmou hoje que 498 soldados russos morreram nas operações militares na Ucrânia e 1597 foram feridos.

Além das vítimas mortais e dos feridos, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países, aponta a ONU.