Portugal fora da "lista verde" do Reino Unido a partir de 8 de junho
O país está agora na mesma lista do Luxemburgo, a lista amarela, com viagens não essenciais a serem desaconselhadas pelo Governo britânico e obrigatoriedade de quarentena no regresso ao Reino Unido.
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Portugal está fora da "lista verde" do Reino Unido. O Governo britânico anunciou esta quinta-feira a retirada do país do corredor aéreo de países considerados de baixo risco de infeção por covid-19 e que não obrigam a quarentena no regresso a território britânico.
O ministro dos Transportes, Grant Shapps, afirmou que Portugal passa a estar na lista amarela, devido ao aumento de casos covid-19 e ao risco de mutações na variante indiana do vírus, refere a agência Reuters.
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A mudança tem efeitos a partir das 4h da próxima terça-feira, oito de junho. Quem chegar ao Reino Unido antes dessa data está sujeito às regras da lista verde, ou seja, não terá de fazer quarentena, refere o Governo britânico no site oficial de informação aos viajantes.
O país, incluindo ilhas (Madeira e Açores) está agora na mesma lista do Luxemburgo, com viagens não essenciais a serem desaconselhadas pelo Governo britânico. A par disso, quem tiver estado nos 10 dias anteriores à chegada a solo britânico num dos países cesta lista terá de fazer quarentena, além de ter de ter um teste com resultado negativo antes de embarcar e preencher um formulário.
A quarentena para os que viajem de países da lista amarela tem a duração de 10 dias, havendo a possibilidade de realizarem teste ao oitavo dia, segundo as regras definidas a 17 de maio, aquando da última revisão das listas feita pelo Governo britânico.
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A notícia da saída de Portugal da "lista verde" que surge dias depois da polémica com a final da Liga dos Campeões, entre duas equipas inglesas e que levou milhares de adeptos britânicos às ruas do Porto, em muitos casos sem o devido cumprimento das regras sanitárias, apanhou de surpresa os milhares de turistas do Reino Unido que marcaram férias para território português, nas duas últimas semanas, sobretudo para o Algarve, e as companhias aéreas que viram as suas ações cair assim que se soube da saída de Portugal da lista verde.
Quando o Reino Unido desbloqueou as viagens de lazer, a 17 de maio, após mais de quatro meses de bloqueio, e colocou Portugal na lista verde, tornando-o no único grande destino de férias aberto aos viajantes britânicos, a medida beneficiou não só o turismo e a hotelaria portuguesa, mas várias companhias aéreas europeias.
Companhias aéreas no vermelho depois da retirada de Portugal
A decisão do Governo britânico de mover Portugal para a lista amarelo levou a uma queda das ações das companhias aéreas britânicas, na bolsa, segundo noticiou a agência Bloomberg, dedicada a notícias de economia e finanças.
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A EasyJet foi a mais afetada com as ações a caírem 6,07% a meio da tarde, ao mesmo tempo as da International Airlines Group (IAG) recuavam 5,67%, enquanto a Ryanair perdia 4,26% e a TUI 3,87%.
"Esta decisão, basicamente, corta a ligação do Reino Unido com o resto do mundo", acusou a EasyJet numa declaração à Reuters, adiantando também que não há novos países a serem adicionados à "lista verde".
À Bloomberg, cita a agência Lusa, a vice-presidente sénior do Conselho Mundial de Viagens e do Turismo, Virgínia Messina acusou o Governo britânico de voltar "a ignorar o setor do Turismo ao recusar-se a acrescentar novos destinos à já estreita lista verde”.
Para a responsável, esse facto associado à exclusão de Portugal vai “destruir a confiança necessária para viajar, diminuir as reservas futuras e dissuadir turistas”.
Governo português diz que lógica da decisão britânica "não se alcança"
O Governo português reagiu à notícia da retirada de Portugal da "lista verde" do Reino Unido atribuindo à decisão britânica uma lógica que "não se alcança”.
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“Tomamos nota da decisão britânica de retirar Portugal da ‘lista verde’ de viagens, uma decisão cuja lógica não se alcança”, reagiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros, tutelado por Augusto Santos Silva, na rede social Twitter, poucos momentos depois do anúncio britânico.
Na declaração, escrita em português e inglês, o ministério sublinha ainda que o plano de desconfinamento português segue de forma "prudente e gradual, com regras claras para a segurança" de residentes e visitantes.