"Pandemia está numa outra fase". Portugal deve atingir 37 mil casos a 7 de janeiro
Marta Temido lembrou que o período de contenção, que foi antecipado uma semana, teve início no sábado e que "é preciso que o tempo aconteça” para se poder ver “alguns resultados”.
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Portugal deverá atingir 37 mil novos casos de infeção com o coronavírus SARS-CoV-2 no dia 7 de janeiro, mais do dobro do máximo de 17.172 registados esta terça-feira, disse à Lusa a ministra da Saúde, Marta Temido.
Um aumento previsto pelos peritos e que corresponde "a uma maior prevalência da variante Omicron, que tem um fator de transmissibilidade maior", avançou a ministra à CNN Portugal, ao final da tarde de terça-feira. "Ainda a conhecemos mal [à Omicron] mas [já sabemos que] tem esta capacidade de duplicação, a capacidade de se espalhar".
Segundo Marta Temido, o número de novas infeções registadas esta terça-feira, o maior desde o início da pandemia, correspondia já às previsões do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) para o próximo dia 29.
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“Estamos, portanto, com uma ligeira aceleração face a essas previsões”, disse a ministra da Saúde em declarações à agência Lusa no Ministério da Saúde.
"O que sabemos? Que uma terceira dose nos protege"
Não se sabe quando será o pico das infeções em Portugal, adiantou a ministra, nas delarações à CNN, e as incertezas ainda são muitas em relação à nova variante. "O que sabemos? Que uma terceira dose nos protege e que as medidas de contenção e redução de contactos também", avançou.
"A pandemia está numa outra fase, talvez não venha a ter o mesmo impacto de mortalidade, é menos grave, mas vai pôr-nos à prova nos próximos dias", adiantou Marta Temido.
"Já tínhamos agendadas reuniões de avaliação da situação - a 29 de dezembro e a 4 de janeiro - onde se fará uma reanálise de cenários e da evolução [da pandemia], mas é prematuro imaginar quando é que vamos chegar ao pico [de infeções] e quanto tenpo demoraremos a reverter esta situação", disse ainda.
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"Ganhar tempo para mais vacinação"
“Se conseguirmos cumprir responsavelmente as medidas que temos em vigor a nossa expectativa é de que consigamos reduzir este ritmo de transmissão e ganhar tempo para mais vacinação, para mais proteção", adiantou.
Marta Temido lembrou que o período de contenção, que foi antecipado uma semana, teve início no sábado e que "é preciso que o tempo aconteça” para se poder ver “alguns resultados”.
“No entretanto, é muito importante que cada um de nós cumpra rigorosamente o teletrabalho, as orientações de isolamento quando elas são aplicadas, o evitar de contactos desprotegidos e, caso seja elegível, a vacinação”, insistiu.
*com agência Lusa