Contacto
Recorde do Guinness

Bobi, o cão português que é o mais velho do mundo, soprou 31 velas

O cão português que entrou para o Guinness como o mais velho do mundo teve direito a uma festa com admiradores, curiosos e uma cadela muito especial.

© Créditos: Ana Patrícia Cardoso

A casa de Leonel Costa e da mãe, Maria Floriano, em Conqueiros, Leiria, encheu-se de convidados para celebrar o aniversário de 31 anos de Bobi, o rafeiro alentejano que é, segundo o Guinness World Records, o cão mais velho do mundo.

O Bobi nasceu a 11 e maio, mas a festa não podia ter sido realizada durante a semana, A lista chegou aos 100 convidados. E não apareceram apenas vizinhos ou amigos, mas antes muitos curiosos de todas as partes do mundo.

Veio à festa um casal de veterinários dos Estados Unidos, um correspondente do jornal norte-americano The New York Times e um jornalista britânico que pagou a própria viagem para conhecer o Bobi quando o jornal para onde trabalha não o fez.

Nada disto interessa muito para este rafeiro alentejano cuja idade equivale a 210 anos para o ser humano. Bobi só tem olhos para Ava, a namorada que conheceu em fevereiro deste ano.

Ler mais:Bobi, o cão mais velho do mundo que é português e ainda se apaixona

Os dois vagueiam entre as pernas dos convidados. Ela na frente, ele a seguir-lhe o cheiro. Bobi está velho mas não está morto e nunca foi castrado, por isso, o apetite por fêmeas nunca esmoreceu, apesar de Leonel nunca ter permitido que procriasse.

"Têm sido meses complicados, o Bobi teve alguns problemas de saúde, passamos algum tempo no veterinário. É muita gente a querer fotografias e conhecê-lo e ele está a ressentir-se em termos de saúde." Mesmo ao ponto de Leonel chegar a casa e "o Bobi não conseguir andar. Fomos logo para a urgência e esteve a tomar injetável até agora. É mesmo a velhice".

© Créditos: Ana Patrícia Cardoso

"Têm sido meses complicados, o Bobi teve alguns problemas de saúde, passamos algum tempo no veterinário. É muita gente a querer fotografias e conhecê-lo e ele está a ressentir-se em termos de saúde." Mesmo ao ponto de Leonel chegar a casa e "o Bobi não conseguir andar. Fomos logo para a urgência e esteve a tomar injetável até agora. É mesmo a velhice".

As visitas vão passar a ser mais controladas para o Bobi voltar à vida tranquila e de barriga cheia que sempre teve. O cão mais velho de sempre nunca comeu ração. Já bacon adora, quase tanto como adora a Ava. O casal canino ficou num jogo de "toca e foge", durante a tarde, que terminava quase sempre no grelhador.

Pedidos inusitados

Quando o Bobi se tornou um fenómeno mundial, não faltaram pedidos peculiares. "Um veterinário veio da Suécia com tudo preparado para lhe tirar sangue. Esperou sete horas, até eu chegar do trabalho às 23h, para me dizer que queria levar sangue para análise", recorda Leonel.

Outros pedidos passaram mais pelo visual. "Pediram-me para o vestir, para calçar coisas nas patas. Ele não está habituado a nada disto."

Já uma senhora levou a fotografia do marido já falecido e quis tirar uma fotografia com o Bobi e o retrato, naquilo que acabou por se tornar um episódio muito "muito comovente", diz o dono.

Aceitar o fim? Ainda não

Enquanto se corta o bolo, depois de um espetáculo do Rancho Folclórico Juventude Amiga de Conqueiros, onde Leonel dança, restam as conversas de despedida e os desejos de saúde para o filho da terra.

O anfitrião lembra que a longevidade de uma vida que normalmente não passa dos 14 anos deve-se sobretudo ao amor da mãe, Maria. "É a ela que temos de agradecer, é ela que cuida, que mais se preocupa. É um filho também", garante o dono, que também sofre por antecipação, sobretudo quando o vê doente. "Não estou preparado, são trinta anos, como dizemos adeus a uma vida inteira?". O objetivo é viver cada dia, garantir o amor e conforto e que não sofra.

Por enquanto e apesar das maleitas recentes, o Bobi ainda abana a cauda e segue a namorada para todo o lado. Melhor vida, impossível.