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Artistas portugueses exigem libertação do rapper Pablo Hasél

Sérgio Godinho, Valete, Vhils, Capicua, Nuno Markl e Lena D'Água são alguns dos muitos artistas que subscrevem um manifesto que já recebeu quase 2 mil assinaturas pela libertação do músico catalão.

© Créditos: AFP

Bruno Carlos Amaral De Carvalho

Divulgado hoje, o manifesto é lançado por uma "recém-criada plataforma que exige a libertação do 'rapper' catalão Pablo Hasél" e entre os primeiros signatários estão "cidadãos das mais diversas áreas profissionais e de intervenção cívica", entre os quais a rapper Capicua, o ator André Gago, os artistas plásticos Vihls, Bordalo II e Miguel Januário, os músicos Sérgio Godinho, Manuel João Vieira, Mitó Mendes, Tó Trips, Vitorino e Lena d'Água, e o realizador João Rui Guerra da Mata.

O rapper Pablo Hasél, detido na terça-feira na Universidade de Lleida na Catalunha, tornou-se um símbolo da liberdade de expressão em Espanha, depois de ter sido condenado a nove meses de prisão por publicações nas redes sociais e por letras das suas canções.

Os factos pelos quais o rapper foi condenado remontam a 2014 e 2016, quando publicou uma canção no YouTube e dezenas de mensagens no Twitter, acusando as forças da ordem espanholas de tortura e de homicídios.

Nos últimos três dias, o caso desencadeou protestos em vários pontos Espanha, em particular na Catalunha, onde vários manifestantes acusaram a polícia do uso de força desproporcional.

No manifesto português, plasmado numa petição pública que conta com cerca de 1.800 assinaturas, os signatários afirmam que "numa democracia, os artistas não são condenados a nove meses de prisão, que poderão, em cúmulo jurídico, chegar a 20 anos, por cantar e por escrever".

Para a plataforma portuguesa, o músico espanhol denunciou "a flagrante corrupção de uma monarquia cada vez menos legitimada democraticamente", mostrou-se solidário "com centenas de presos políticos do Estado espanhol" e criticou "as injustiças sociais que flagelam o povo e a sua militância política comunista".

Os signatários portugueses querem também que "o governo português adote, perante os atropelos dos direitos humanos que ocorrem no Estado espanhol, uma postura firme em defesa da liberdade, da democracia, da liberdade de expressão e pela libertação imediata de Pablo Hasél".

Com Lusa