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Ameaça à Europa

Vídeo da russa Gazprom mostra Europa congelada pelo corte de gás

Veja as imagens que mostram várias cidades geladas devido ao corte do gás russo. "Congelem, congelem", diz Putin, ameaçando cortar o abastecimento energético.

Imagem captada do vídeo da Gazprom de uma Europa congelada, sem gás russo.

Imagem captada do vídeo da Gazprom de uma Europa congelada, sem gás russo.

“O inverno será longo” para a Europa, ameaça a companhia de gás russa Gazprom num vídeo de vários minutos, onde mostra um funcionário a desligar o fornecimento energético e várias cidades europeias a ficarem submersas em fortes nevões, congelando de frio.

Nuvens ameaçadoras partem a caminho de Bruxelas, Berlim, Paris e Londres, que ficarão congeladas, ilustra o vídeo que simula o início de uma "era do gelo" na Europa. A música russa suave que acompanha as imagens fala de um inverno longo e frio do outro lado do rio, onde nada mais sobra do que escuridão e a neve. “O inverno será longo” é o título da canção da russa Yuri Vizbor e um dos seus maiores sucessos.

O cenário desolador mostrado pela Gazprom, comparável aos dos filmes catástrofe, foi esta manhã reforçado numa ameaça de Vladimir Putin de cortar o combustível à Europa, caso esta avance com limites aos preços do gás e petróleo impostos pela Rússia.

"Não entregaremos absolutamente nada se for contra os nossos interesses, neste caso económicos. Nem gás, nem petróleo, nem carvão (...) Nada", ameaçou Putin, num fórum económico em Vladivostok, Rússia, nesta quarta-feira. As torneiras russas serão fechadas para "aqueles que tentam ditar-nos a sua própria vontade", declarou Putin, citado pela AFP. O líder do Kremlin lembrou um "conto russo": “Congelem, congelem, a cauda do lobo”.

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Gasoduto fechado

A Europa acusa Putin de usar a energia como “arma”, o Kremlin contesta e garante que não retomará o fornecimento do gás à Europa enquanto não forem levantadas as sanções, impostas devido à invasão da Ucrânia.

Desde dia 2 de setembro que a Gazprom suspendeu o fornecimento de gás, através do gasoduto Nord Stream 1, que serve a Alemanha e outros países europeus, alegando problemas técnicos, o mau funcionamento de uma turbina e o impedimento da reparação do gasoduto pelas sanções impostas. A Europa reagiu alegando que tudo não passa de chantagem energética.

"Dizem que a Rússia está a utilizar a energia como arma. Isto é um disparate", atirou o presidente russo, voltando a afirmar que as sanções provocaram uma escassez de peças sobressalentes. A Europa que forneça a turbina e “estamos prontos para (retomar as exportações) amanhã. Basta carregar num botão", declarou Putin, lembrando que não foi a Rússia quem impôs as sanções.

Ler mais:Kremlin. Sanções do Ocidente são culpadas pelo corte de gás russo

"Será que pensam realmente que podem matar milhares de ucranianos, capturar territórios de outro país, e a Europa olhará para o outro lado, com medo de chantagem de gás?", questiona o ucraniano Anton Geraschenko, conselheiro oficial do governo de Zelensky e anterior vice-ministro do Ministério da Administração Interna da Ucrânia.

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