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Tensão entre polícia e manifestantes no primeiro aniversário de "coletes amarelos"

Já há pelo menos 24 detidos.

© Créditos: AFP/Mehdi Fedouach

Fonte: Lusa

A polícia de Paris disparou gás lacrimogéneo para afastar os manifestantes do movimento "coletes amarelos" que assinalam hoje o primeiro aniversário dos protestos, muitas vezes violentos, contra o presidente Emmanuel Mácron.

A polícia, destacada em toda a cidade de Paris, tinha detido 24 pessoas a meio da manhã.

Elementos policiais retiraram manifestantes que tentavam bloquear uma passagem e dispararam repetidos jatos de gás lacrimogéneo contra grupos reunidos perto de Porte de Champerret, no noroeste, e da Place d'Italie, no sudeste da cidade.

O objetivo foi afastar "coletes amarelos" que tentam reavivar o seu movimento, no primeiro aniversário dos intensos protestos contra o presidente francês e as suas políticas.

Os repórteres da Associated Press que cobriam as manifestações relataram não ter visto qualquer violência ou outra ação dos manifestantes para provocar este ataque da polícia.

Os protestos fazem parte de um conjunto de ações previstas para hoje em todo o país, nomeadamente nas estradas onde o movimento inicialmente se estabeleceu, em novembro de 2018, em protesto contra os planos do governo para aumentar os impostos sobre o combustível.

Alguns manifestantes em Paris usavam os coletes de alta visibilidade que os motoristas são obrigados a transportar nos carros, e que deram nome ao movimento. Outros manifestantes vestiam-se de negro, com os rostos protegidos por máscaras de gás.

Dezenas de polícias com equipamento de choque guardavam o Arco do Triunfo, com vista para a avenida dos Champs-Elysées, um cenário de tumultos semanais e repressão policial, no auge dos protestos do ano passado.

Corentin Pihel, 28 anos, disse que viajou de Montpellier para Paris para marcar o aniversário do movimento neste fim de semana.

O manifestante contou que se juntou ao movimento dos "coletes amarelos" duas semanas depois do movimento ter começado, identificando-se com a sua missão.

Em torno da cidade sulista de Marselha, manifestantes vestidos de amarelo juntaram-se para lembrar o governo do seu descontentamento.

No ano passado, os protestos dispersos irromperam numa efusão nacional de raiva contra a injustiça social e económica sentida – e especialmente contra o centrista e “pró-empresas” Macron.

Macron recuou no imposto de combustível e ofereceu 10 mil milhões de euros em medidas para lidar com as preocupações dos manifestantes.

Lusa

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