Setembro é mês da cultura brasileira na China
O primeiro Mês da Cultura Brasileira na China, destinado a "aprofundar o conhecimento recíproco" entre as sociedades dos dois grandes países emergentes, arrancou na terça-feira à noite num teatro de Pequim, ao ritmo do samba.
A China tornou-se em 2009 o maior parceiro comercial do Brasil, ultrapassando os Estados Unidos. © Créditos: Reuters
"Brasil e China são hoje importantes parceiros no âmbito politico, económico, comercial, científico e tecnológico. No plano cultural, contudo, muito precisa ainda ser feito para que aprofundemos o nosso conhecimento recíproco", disse o embaixador do Brasil na China, Valdemar Carneiro Leão.
"A imagem que temos um do outro limita-se a alguns estereótipos", designadamente a "alegria do carnaval" e a "arte do futebol", acrescentou.
Este inédito Mês da Cultura Brasileira, que decorre até 29 de Setembro com exibição de filmes, música, dança, exposições de fotografia e debates com artistas, abriu com um espectáculo de Francis Hime e Olívia Hime dedicado a um dos mais populares poetas do seu país, Vinicius de Morais.
Pianista e compositor, nascido em 1939, Francis Hime é considerado um dos expoentes da música brasileira da década de 1960. O espetáculo de terça-feira foi a sua primeira actuação no Oriente.
"Nunca tinha vindo para este lado do mundo", disse o músico à agência Lusa.
Cerca de 400 pessoas, a maioria jovens chinesas, encheram a sala e, a avaliar pelos aplausos, mesmo sem tradução, parecem ter compreendido aquele famoso verso de Vinicius de Morais: "A alegria é a melhor coisa que existe".
"É um público muito carinhoso e curioso, atento e muito bem-humorado. A música é uma língua universal", comentou Francis Hime no final do espectáculo.
E como a palavra 'saudade', 'samba' não tem tradução: "É uma forma de oração", diria Vinicius de Morais.
A iniciativa brasileira será retribuída em Outubro pela China, com a realização de um Mês da Cultura Chinesa no Brasil, de 15 de Outubro a 11 de Novembro.
Os dois países têm também um crescente relacionamento político ao nível do G20 e do bloco de economias emergentes denominado BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).