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Quénia: Ataque contra centro comercial em Nairobi faz 59 mortos e 200 feridos

O ataque contra um centro comercial em Nairobi, já reivindicado por um grupo radical islâmico, causou no sábado 59 mortos e 200 feridos, comunicou o Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta. Os cerca de 10 a 15 islamistas continuam dentro do centro comercial com um número desconhecido de reféns.

© Créditos: AFP & AP

Neste domingo de manhã, continuavam a ouvir-se tiros dentro do centro comercial e dois soldados quenianos foram feridos, aumentando o número de feridos para cerca de 200 e o número de mortos do ataque é hoje calculado em 59 pessoas.

Numa mensagem à nação, transmitida na televisão, o chefe de Estado sublinhou que o Quénia “sobreviveu a ataques terroristas anteriores”, fora e dentro de fronteiras. "Combatemo-los e vencemo-los, voltaremos a vencê-los”, assegurou.

Uhuru Kenyatta partilhou ainda ter perdido “membros da família” no ataque, reivindicado pela milícia radical islâmica da Somália Al-Shabab, através de uma conta de Twitter, entretanto encerrada.

Homens armados atacaram ao início da tarde de sábado o centro comercial 'Westgate', onde permanecem com um número indeterminado de reféns.

“As forças de segurança estão a realizar uma resposta multilateral a este ataque", disse o Presidente, explicando que o objectivo principal é neutralizar os atacantes e salvaguardar a vida das pessoas que ainda estão nas suas mãos.

Uhuru Kenyatta prometeu castigar os autores e garantiu que o governo “está preparado para defender a nação de uma agressão interna e externa", apelando para que os quenianos se mantenham unidos.

Dado que o centro comercial é muito concorrido aos fins-de-semana, sobretudo por expatriados e quenianos endinheirados, estima-se que o número de vítimas venha a aumentar e que, entre elas, estejam cidadãos estrangeiros.

Pelo menos dois franceses morreram no ataque ao centro comercial e o Presidente francês, François Hollande, já condenou o “ignóbil ataque”.

Os Estados Unidos já confirmaram igualmente que há cidadãos norte-americanos entre os feridos. "Os autores desse acto odioso devem ser levados à justiça e já oferecemos total apoio ao governo queniano para que isso aconteça”, referiu, em comunicado, a porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, Caitlin Hayden.

O chefe da diplomacia britânica, William Hague, confessou que não tem “nenhuma dúvida” de que cidadãos britânicos farão parte das vítimas do ataque “brutal”, mas disse que ainda não dispõe de “detalhes suficientemente precisos”.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas disse à Lusa que, até ao momento, desconhece que haja portugueses entre as vítimas do ataque.

Um cidadão português a viver em Nairobi e que trabalha para as Nações Unidas disse à Lusa não ter tido qualquer contacto com a Secretaria de Estado das Comunidades e adiantou que o cônsul honorário que representa Portugal em Nairobi não se encontra actualmente na capital queniana.