Preços mundiais dos alimentos bateram recordes em 2022
Trigo, milho e óleo de girassol foram alguns dos produtos que encareceram significativamente devido à guerra na Ucrânia.
© Créditos: Ina Fassbender/AFP
Trigo, milho, óleo de girassol: com a guerra na Ucrânia, os preços mundiais dos alimentos atingiram os seus níveis mais elevados de sempre em 2022, disse esta sexta-feira a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla inglesa).
O índice de preços dos alimentos da FAO, que acompanha as alterações nos preços internacionais de um cabaz de produtos essenciais, continuou a cair pelo nono mês consecutivo, recuando aos 1,9% em dezembro e ficando, mesmo, abaixo do seu nível de há um ano.
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Em março passado, os preços mundiais dos alimentos atingiram "níveis recorde", de acordo com a FAO, uma vez que a invasão russa da Ucrânia perturbou os mercados e aumentou o risco de uma crise alimentar global.
"Os preços mundiais do trigo e do milho atingiram níveis recorde durante o ano", disse a agência da ONU, argumentando que a Ucrânia é um grande produtor tanto de cereais como de óleo de girassol.
O valor médio do índice FAO de preços dos óleos vegetais também atingiu um valor recorde para o ano, enquanto que os da carne e produtos lácteos atingiram mesmo "os seus níveis anuais mais elevados desde 1990".
Os preços dos alimentos têm vindo a baixar, desde abril, há nove meses consecutivos.
Preços "permanecem em níveis elevados"
O índice FAO de dezembro fixou uma média de 132,4 pontos, um recuo de 1% em relação ao seu nível de dezembro de 2021. "Contudo, para 2022 como um todo (...) o índice atingiu uma média de 143,7 pontos, 14,3% superior ao valor médio para 2021", acrescentou a FAO.
"É bom que os preços dos alimentos estejam a acalmar após dois anos muito voláteis", disse em comunicado Máximo Torero, economista chefe da FAO acrescentando que é importante "permanecermos vigilante e concentrarmo-nos em aliviar a insegurança alimentar global".
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"Os preços mundiais dos alimentos permanecem em níveis elevados, com muitos produtos essenciais perto de níveis recorde, os preços do arroz a subir, e muitos riscos associados a fornecimentos futuros", assinalou.
O índice de preços dos óleos vegetais, que desceu 6,7%, liderou o declínio mensal em dezembro. Caiu ao seu nível mais baixo desde fevereiro de 2021, com os preços do óleo de palma, soja, colza e girassol a caírem todos em dezembro.
O índice FAO de preços dos cereais, com exceção do arroz, caiu 1,9% em comparação com novembro, devido ao aumento da oferta de trigo após as colheitas no hemisfério sul e a uma queda nos preços mundiais do milho,.