Novo balanço aponta para mais de 41 mil mortos na Turquia e na Síria
Onze dias após o sismo de 7,8 que atingiu a zona fronteiriça entre os dois países, as hipóteses de encontrar sobreviventes diminuem.
Um homem caminha em frente a um edifício destruído em Samandag, a sul de Hatay, Turquia. © Créditos: Yasin Akgul/AFP
O mais recente balanço do terramoto de 7,8 de magnitude que atingiu a Turquia e a Síria a 6 de fevereiro confirmou mais de 41.000 mortos, no dia em que a ONU lançou um apelo internacional para reunir mil milhões de dólares para ajudar os dois países.
À medida que as hipóteses de encontrar sobreviventes diminuem, fontes oficiais e médicas afirmam que o total de mortos ascende agora a 41.732: 38.044 na Turquia e 3.688 na Síria.
As equipas de resgate turcas tiraram uma rapariga de 17 anos e uma mulher na casa dos 20 dos escombros na quinta-feira, quase 11 dias após o tremor ter devastado a zona fronteiriça entre os dois países.
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Em muitas cidades e aldeias de ambos os países, os socorristas continuam a lutar para ajudar os sobreviventes, mas cada hora que passa diminui a hipótese de sobreviverem ao frio glacial debaixo dos escombros.
Como resultado, a Turquia suspendeu as operações de salvamento em algumas áreas e o governo da Síria, um país dilacerado pela guerra há 12 anos, tem feito o mesmo nas áreas que controla.
Na Turquia, o número de vítimas do terramoto faz desta a catástrofe natural mais mortífera da história pós-Otomana do país.
ArcelorMittal doa cinco milhões de dólares
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, apelou na quinta-feira à ajuda internacional para angariar mil milhões de dólares para apoiar os dois países devastados.
"O financiamento - que cobre um período de três meses - ajudará 5,2 milhões de pessoas e permitirá às organizações aumentar o seu apoio crucial aos esforços liderados pelo governo" na Turquia, "atingida pelo terramoto mais devastador do país num século", escreveu em comunicado.
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Guterres "exortou a comunidade internacional a reforçar e financiar plenamente este esforço vital para responder a uma das maiores catástrofes naturais do nosso tempo".
"A Turquia é o lar do maior número de refugiados do mundo e tem demonstrado uma imensa generosidade ao seu vizinho sírio durante anos", insistiu o líder da ONU.
"Agora é tempo de o mundo apoiar o povo da Turquia, tal como ele tem feito com outros que procuram ajuda", acrescentou, dizendo que "as necessidades são enormes, as pessoas estão a sofrer e não há tempo a perder".
Por outro lado, a ArcelorMittal, a segunda maior empresa siderúrgica do mundo, com sede no Luxemburgo - descrevendo a situação como "desoladora" - anunciou uma doação de cinco milhões de dólares para ajudar as vítimas na Turquia e na Síria, através das organizações humanitárias Médecins Sans Frontières e Disasters Emergency Committee.
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O Departamento de Estado norte-americano anunciou na quarta-feira que o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, viajará para a Turquia no domingo para ver o esforço humanitário em curso naquele país.
Blinken deverá viajar primeiro para a base aérea de Incirlik, no sudeste do país, de onde parte da ajuda humanitária para as zonas afetadas está a ser enviada, e depois para Ancara, onde deverá manter conversações com as autoridades turcas no domingo e na segunda-feira.