Do ocidente ao oriente, líderes mundiais condenam invasão militar da Ucrânia
Entre as críticas, a União Europeia já condenou o ataque e prevê o maior pacote de sanções alguma vez implementado.
Pessoas tentam sair da capital da Ucrânia, Kiev, após o anúncio da invasão militar por parte da Rússia. © Créditos: AFP
O anúncio do Presidente russo Vladimir Putin de uma "operação militar" na Ucrânia na quinta-feira de madrugada, seguida de explosões em várias cidades ucranianas, já provocou reações generalizadas em todo o mundo.
Ucrânia
Na Ucrânia, onde nas primeiras horas de uma invasão militar já se confirmaram oito mortes e mais de uma dezena de feridos, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky já disse que se está a "construir uma coligação anti-Putin". Zelensky já tinha pedido uma atitude firme do Ocidente perante as atitudes de Moscovo. O Gabinete do Presidente da Ucrânia mostrou no Twitter uma reunião de emergência do Governo.
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UE
"Condenamos veementemente o ataque injustificado da Rússia à Ucrânia. Nestas horas negras, os nossos pensamentos estão com a Ucrânia e as suas inocentes mulheres, homens e crianças que enfrentam este ataque não provocado e temem pelas suas vidas", disse a Presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen e o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, numa declaração conjunta. "Vamos responsabilizar o Kremlin", advertiram os dois líderes europeus. "Os líderes russos enfrentarão um isolamento sem precedentes", disse em Bruxelas o chefe diplomático da UE Josep Borrell, sublinhando que a UE-27 estava a preparar um novo pacote de sanções, "o mais duro alguma vez implementado".
França
Já a França, que tentou mediar o conflito até ao último momento, "condena veementemente a decisão da Rússia de fazer guerra à Ucrânia", disse o Presidente Emmanuel Macron na quinta-feira, apelando a Moscovo para que "ponha imediatamente termo às suas operações militares". "A França é solidária com a Ucrânia. Apoia os ucranianos e atua com os seus parceiros e aliados para travar a guerra", acrescentou o chefe de estado em dois tweets.
Alemanha
A operação militar russa é "uma violação flagrante" do direito internacional, disse o chanceler alemão. A Alemanha foi o primeiro país a apresentar sanções contra Moscovo, ao travar a certificação do gasoduto Nord Stream 2, que ligaria a Rússia à Alemanha.
Reino Unido
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, também condenou os "horríveis acontecimentos na Ucrânia", dizendo que o Presidente russo Vladimir Putin "escolheu o caminho do derramamento de sangue e da destruição ao lançar este ataque não provocado".
Portugal
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condenou "veementemente a flagrante violação cometida pela Rússia", apoiando "a declaração do Secretário-Geral das Nações Unidas António Guterres, expressando total solidariedade com o Estado e o Povo da Ucrânia", pode ler-se em comunicado. O Conselho Superior de Defesa Nacional vai reunir-se esta quinta-feira, às 12h (hora local).
Itália
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, chamou ao ataque da Rússia à Ucrânia "injustificado e injustificável" e disse que a UE e a NATO estavam a trabalhar numa resposta imediata.
Espanha
"O governo de Espanha condena a agressão da Rússia contra a Ucrânia e solidariza-se com o governo e o povo ucraniano", disse o chefe do Governo espanhol, Pedro Sanchez, no Twitter.
Finlândia, Suécia e Noruega
A Finlândia e a Suécia, que não integram a NATO, condenaram o ato russo denunciando "um ataque à ordem de segurança europeia". Por seu lado, a Noruega, membro da Aliança Atlântica, condenou uma "grave violação do direito internacional" e anunciou a deslocação da sua embaixada de Kiev para Lviv, no oeste do país.
ONU
O conflito liderado pela Rússia na Ucrânia "tem de acabar agora", defendeu o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, após uma reunião de emergência do Conselho de Segurança. "O Presidente Putin, em nome da humanidade, deve levar as suas tropas de volta à Rússia", disse o chefe da ONU. "Este é o momento mais triste do meu mandato como Secretário-Geral da ONU", acrescentou Guterres.
EUA
Os Estados Unidos, maior rival da Rússia, já condenou este "ataque injustificado". "O mundo deve forçar a Rússia à paz", disse Joe Biden. "O Presidente Putin escolheu uma guerra premeditada que resultará em sofrimento humano catastrófico e perdas", disse o líder norte-americano numa declaração. "Só a Rússia é responsável pela morte e destruição que este ataque irá causar", insistiu.
NATO
Já o líder da NATO, Jens Stoltenberg, condenou o "ataque imprudente e não provocado" da Rússia à Ucrânia, avisando que colocava "inúmeras" vidas em risco. "Condeno veementemente o ataque imprudente e não provocado da Rússia à Ucrânia, que coloca em risco inúmeras vidas civis. Mais uma vez, apesar dos nossos repetidos avisos e esforços incansáveis na diplomacia, a Rússia escolheu o caminho da agressão contra um país soberano e independente", disse Stoltenberg.
"Os Aliados da NATO vão reunir-se para abordar as consequências das ações agressivas da Rússia. Estamos com o povo ucraniano neste momento terrível". A organização vai realizar esta quinta de manhã uma reunião de emergência.
China
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A China já anunciou que está a "acompanhar de perto" a situação na Ucrânia, abstendo-se, no entanto, de condenar publicamente Moscovo. O país apela a que se evite uma escalada. "Instamos todas as partes a exercerem contenção para evitar que a situação fique fora de controlo", disse a porta-voz diplomática chinesa Hua Chunying.
Japão
O ataque russo à Ucrânia "abala os alicerces da ordem internacional", disse o primeiro-ministro japonês, Fumion Kishida.
Austrália
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, condenou a "invasão ilegal" da Rússia anunciando uma "segunda ronda" de sanções contra quatro instituições financeiras e 25 indivíduos de quatro entidades envolvidas no desenvolvimento e venda de equipamento militar. Os dois países já tinham apresentado uma onda de sanções à Rússia na quarta-feira.
(Com agências)