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Velório Bento XVI

Milhares de fiéis no Vaticano para o último adeus ao Papa emérito

Mais de 15 mil pessoas aguardavam nas filas para se despedirem de Bento XVI cujo velório se iniciou esta manhã no Vaticano.

O corpo do Papa emérito repousa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, aberta ao público para a despedida dos fiéis.

O corpo do Papa emérito repousa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, aberta ao público para a despedida dos fiéis. © Créditos: AFP

Fonte: Redação

O velório do Papa emérito Bento XVI foi aberto ao público esta segunda-feira às 09h00 locais (08h00 em Lisboa) quando centenas de pessoas já aguardavam na fila para entrar na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Até às 11h em Roma, mais de 15 mil pessoas esperavam já para prestar a última homenagem a Bento XVI.

O corpo de Bento XVI, que morreu em 31 de dezembro aos 95 anos, foi colocado na nave central da Basílica de São Pedro, em frente ao chamado altar da confissão, ao lado do famoso dossel de Bernini.

O velório ficará aberto aos fiéis para o último adeus a Bento XVI até às 19h00 locais (18h00 em Lisboa), com as cerimónias fúnebres a decorrerem até quinta-feira de manhã, dia do funeral, na Praça de São Pedro, Vaticano, celebrado pelo Papa Francisco.

Os restos mortais de Bento XVI foram trasladados do mosteiro Mater Ecclesiae, nos Jardins do Vaticano, onde o Papa emérito morava desde 2013, para a Basílica de São Pedro.

As últimas palavras

“Senhor, amo-te” foram as últimas palavras ditas pelo papa emérito Bento XVI antes de morrer na manhã deste sábado, segundo um dos enfermeiros que o acompanharam naquela noite.

Este foi o relato que o enfermeiro fez ao secretário pessoal de Joseph Ratzinger, monsenhor Georg Gänswein, de acordo com o jornal oficial do Vaticano ‘Vatican News’.

Cerca das 03h00 deste sábado, seis horas antes de morrer, aos 95 anos, Bento XVI estava gravemente doente mas ainda não moribundo, garantindo o enfermeiro que o ouviu dizer a frase “Senhor, amo-te”, em italiano, já que não fala alemão.

“Bento XVI, em voz baixa, mas de maneira distinta, disse em italiano ‘Senhor, amo-te’. Não estava lá nesse momento, mas foi o que me contou depois o enfermeiro. Estas foram as últimas palavras compreensíveis porque depois disso não voltou a ser capaz de se expressar”, disse o monsenhor Georg Gänswein.

A Santa Sé publicou um testamento espiritual que Ratzinger escreveu em 29 de agosto de 2009 onde, entre outras mensagens, pede “perdão do fundo do coração” àqueles que possa ter prejudicado ao longo da sua vida.

A resignação

O Papa emérito Bento XVI abalou a Igreja ao resignar do pontificado por motivos de saúde, a 11 de fevereiro de 2013, dois meses antes de comemorar oito anos no cargo.

Joseph Ratzinger, que foi Papa entre 2005 e 2013, nasceu em 1927 em Marktl am Inn, na diocese alemã de Passau, tornando-se no primeiro alemão a chefiar a Igreja Católica em muitos séculos e um representante da linha mais dogmática da Igreja.

Os abusos sexuais a menores por padres e o “Vatileaks”, caso em que se revelaram documentos confidenciais do papa, foram temas que agitaram o seu pontificado.

Bento XVI classificou os abusos como um "crime hediondo" e pediu desculpa às vítimas.

(Com Lusa)

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