Há pelo menos um milhão de deslocados na Ucrânia
Nos últimos seis dias cerca de 660.000 pessoas fugiram da Ucrânia para países vizinhos. Números estão a aumentar de forma "exponencial", disse esta terça-feira Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
Vários refugiados da Ucrânia reunidos para apanhar um autocarro do posto fronteiriço de Medyka para Przemysl, no leste da Polónia, a 28 de fevereiro de 2022. © Créditos: Wojtek Radwanski/AFP
A ONU estimou esta terça-feira em um milhão o número de deslocados no interior da Ucrânia, na sequência da invasão russa iniciada na quinta-feira passada. Em apenas seis dias, o conflito já causou uma vaga de mais de 660.000 refugiados, indicou esta terça-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), alertando que os números estão a aumentar de forma "exponencial".
Centenas de milhares de pessoas terão fugido do país, mas outros fogem para outros locais no país, lembrou Karolina Lindholm Billing, responsável do ACNUR durante uma conferência de imprensa do Governo sueco.
"Há muita atenção para aqueles que fogem para os países vizinhos, mas é importante lembrar que a maioria das pessoas afetadas se encontra na Ucrânia. Ainda não temos o número exato de pessoas deslocadas no interior da Ucrânia, mas estimamos que cerca de um milhão de pessoas tenha fugido dentro do próprio país", declarou Karolina Lindholm Billing.
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"Temos agora mais de 660.000 refugiados que fugiram da Ucrânia para países vizinhos nos últimos seis dias", referiu, por seu lado, o porta-voz do ACNUR, Shabia Mantoo, num encontro com a imprensa em Genebra.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e várias centenas de milhares de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
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O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.