Luso-americano condenado por três assassinatos julgado por novo crime
O luso-americano Daniel Tavares, que cumpre uma pena de prisão perpétua pelo homicídio de dois jovens e já foi condenado pelo assassinato da mãe, será novamente ouvido a 6 de Outubro para marcar julgamento de um novo crime. Tavares deverá ser julgado pela morte de outra luso-americana, Gayle Botelho, desaparecida em 1988.
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O corpo da vítima foi encontrado passados 12 anos, enterrado no quintal de uma casa onde Tavares tinha morado e por indicação do luso-americano.
Tavares alegou, no entanto, que a mulher tinha sido morta por outros dois homens e apresentou um álibi. O processo é agora reaberto porque, alegadamente, a mulher que serviu de álibi testemunhou em contrário.
Tavares, 47 anos, compareceu numa audiência na semana passada no Supremo Tribunal de Bristol e, ao contrário do que afirmara antes, declarou ser inocente do crime cometido há 25 anos, o que deve determinar a realização de julgamento.
"Neste momento, ele pretende defender-se [da acusação"], informou Christopher Belezos, advogado do luso-americano.
Em Maio, Tavares escreveu uma carta ao jornal "Boston Herald" em que contava que Gayle Botelho e outro homem "tinham decidido roubar a pessoa errada" e que ele tinha "agido como lhe tinham dito" para proteger a sua família.
"Não vou tão longe que admita que se tratou de uma confissão", disse aos jornalistas o seu advogado, no final da audição.
Tavares cumpriu a sua primeira pena, de 16 anos, por ter esfaqueado a mãe no seguimento de uma discussão.
O luso-americano saiu em liberdade em 2007 e, passados quatro meses, assassinou Beverly e Brian Mauck, um casal recém-casado, de 28 e 30 anos, respectivamente.
Daniel Tavares confessou a autoria dos crimes e cumpre agora a pena de prisão perpétua no Estado de Washington, sem possibilidade de liberdade condicional.
Na altura do julgamento, o pai de Tavares disse que o filho era "pura maldade'.
"Gostava de ser eu a injectar-lhe o veneno no braço e olhar-lhe nos olhos enquanto morria", disse o pai, Daniel Tavares, em 2007.