Contacto

Israel prepara eventual invasão terrestre à Faixa de Gaza

Desde segunda-feira, pelo menos 87 pessoas foram mortas em Gaza por bombardeamentos israelitas e sete em Israel.

© Créditos: AFP

Bruno Carlos Amaral De Carvalho

Os militares israelitas estão a realizar vários preparativos para uma possível operação terrestre na Faixa de Gaza, referiu o porta-voz das forças israelitas, Hidai Zilberman.

De acordo com este general, o plano está a ser elaborado por militares mas terá de ser submetido depois às autoridades políticas para aprovação, noticiou o Jerusalem Post.

"Esta noite, começámos a destruir alvos governamentais na Faixa de Gaza, tais como bancos e edifícios de segurança interna. O Hamas está a começar a sofrer fendas e há pressão sobre a organização, inclusive entre a população de Gaza, que está a perder a paciência", alegou Zilberman durante uma conferência de imprensa.

Todas as opções permanecem sobre a mesa e foram destacadas tropas adicionais para a fronteira com Gaza antes do possível lançamento da operação terrestre. Contudo, há analistas que alertam para a perda de apoio internacional se Israel agravar ainda mais a situação.

A escalada entre israelitas e palestinianos atingiu o seu auge após semanas de crescente hostilidade. Desde segunda-feira, pelo menos 87 pessoas foram mortas em Gaza pelos bombardeamentos israelitas e sete em Israel pelos rockets artesanais palestinianos.

Este é o pior momento desde 2014 no conflito da resistência palestiniana contra a ocupação de Israel. Telavive lançou centenas de ataques aéreos sobre Gaza e os palestinianos responderam com centenas de foguetes artesanais contra o centro e sul de Israel. Há até ao momento, de acordo com a imprensa israelita, seis mortos.

Como uma panela de pressão à beira de rebentar, a tensão entre israelitas e palestinianos derivou em conflito aberto. Há várias semanas, Israel anunciou que não permitia que os árabes residentes em Israel pudessem votar nas eleições palestinianas quando acresce a ameaça de expulsão de milhares de palestinianos das suas casas num bairro de Jerusalém para ser ocupado por colonos israelitas. A comunidade internacional já alertou para o facto de este ato de ocupação constituir um crime de guerra.

Nas últimas noites, a terminar o Ramadão, as imagens de forças israelitas a invadir pela força o terceiro lugar mais sagrado para os muçulmanos fez estoirar a paciência dos palestinianos. A repressão policial provocou centenas de feridos e hospitalizados.