Fuga de informação. Planos secretos dos EUA e NATO para a guerra tornados públicos
Esta alegada fuga de informação é o primeiro avanço da inteligência russa a ser tornado público desde o início da guerra na Ucrânia.
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Documentos de guerra confidenciais com detalhes dos planos dos Estados Unidos e da NATO para fortalecer as Forças Armadas ucranianas, antes da contraofensiva planeada contra a Rússia, foram divulgados esta semana nas redes sociais.
De acordo com uma reportagem do The New York Times, altos responsáveis do Governo dos Estados Unidos liderado confirmaram esta fuga de informação.
O Departamento de Defesa (Pentágono) norte-americano está a investigar os possíveis responsável pela divulgação dos documentos, que surgiram no Twitter e Telegram, plataforma com mais de meio bilião de utilizadores e amplamente disponível na Rússia, lembra o jornal.
Analistas militares adiantaram que os documentos parecem ter sido modificados em certas partes do seu formato original, sobrestimando as estimativas norte-americanas de mortos ucranianos na guerra e subestimando a análise quanto ao número de soldados russos mortos.
As modificações podem apontar para um esforço de desinformação por parte de Moscovo, realçaram os analistas.
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No entanto, as revelações nos documentos originais, que aparecem como fotografias de gráficos de entregas antecipadas de armas, forças de tropas e batalhões e outros planos, representam uma violação significativa da inteligência norte-americana no esforço de ajuda à Ucrânia, sublinha o The New York Times.
“Estamos cientes dos relatos de publicações nas redes sociais e o Departamento está a analisar o assunto”, referiu Sabrina Singh, subsecretária de imprensa do Pentágono.
Os documentos não fornecem planos de batalha específicos, ou de como, quando e onde a Ucrânia pretende lançar a sua ofensiva, que as autoridades norte-americanas dizem que provavelmente acontecerá no próximo mês.
Como os documentos têm cinco semanas, estes fornecem a visão norte-americana e ucraniana a um de março, do que as tropas ucranianas podem precisar para a campanha, destaca ainda o The New York Times.
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Analistas referiram esta sexta-feira que é difícil, por agora e nos próximos meses, avaliar o impacto da divulgação dos documentos. Esta alegada fuga de informação é o primeiro avanço da inteligência russa a ser tornado público desde o início da guerra.
Desde fevereiro de 2022, os Estados Unidos forneceram à Ucrânia informações sobre postos de comando, depósitos de munições e outros pontos importantes nas linhas militares russas, que permitiram importantes ofensivas das forças de Kiev, lembra o jornal.