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Facebook. Russos voltam a ser "apanhados" em campanha de desinformação nos EUA

Facebook e Twitter identificaram e bloquearam uma rede de desinformação criada pela Rússia.

© Créditos: AFP

O Facebook e Twitter travaram uma campanha de desinformação liderada pela Rússia, com o intuito de espalhar propaganda nos EUA e na Grã-Bretanha com a ajuda de jornalistas freelancer, incluindo americanos.

A referência às atividades da página com o nome "Peacedata" veio diretamente do FBI, anunciou a rede social, na passada terça-feira. "Peacedata" fazia-se passar por uma agência de notícias internacional, com uma visão mais à esquerda que o candidato Joe Biden. Um do argumentos mais usados nos textos era que o "Biden iria mover o Partido Democrata demasiado para a direita", segundo o The New York Times.

Entre fevereiro e agosto de 2020, mais de 500 artigos foram publicados em inglês e mais de 200 em árabe, detalhou a empresa Graphika, com a qual o Facebook compartilhou os dados. A rede tinha 13 contas no Facebook e duas páginas. (Recorde-se que uma só conta pode administrar várias páginas na plataforma)

"Os russos estão a esforçar-se mais para se esconderem", disse Ben Nimmo da Graphika. "Mas eles ainda estão a ser descobertos". O grupo-alvo da campanha eram principalmente utilizadores de esquerda do Facebook. Os tópicos dos artigos eram, entre outras coisas, a interferência dos EUA noutros países, a corrupção e o lado negro do capitalismo. Pessoas inventadas foram apresentadas como editores, adianta a Graphika. Os rostos nas fotos de perfil podem ter sido gerados através da inteligência artificial.

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A história repete-se

O Facebook colocou a rede em contacto com a Agência de Pesquisa da Internet com sede na Rússia. As eleições presidenciais dos EUA acontecem em novembro.

Bill Russo, porta-voz da campanha de Biden, disse que a atividade russa era "a prova de dois factos imutáveis: A Rússia está a tentar interferir nas nossas eleições em nome de Donald Trump, e a plataforma do Facebook é um vetor chave para estes esforços". "A recusa do Presidente Trump em pronunciar-se contra a interferência russa torna ainda mais importante que o Facebook faça mais para impor as suas regras e assegurar que a sua plataforma não possa ser utilizada para corroer os alicerces da nossa democracia", disse Russo.

Antes da eleição presidencial de 2016, de acordo com os serviços de inteligência dos EUA e empresas online, o Facebook desempenhou um papel central nas tentativas de aprofundar as divisões políticas nos EUA e criar vantagem para o então candidato - e atual Presidente - Donald Trump.