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Jair Bolsonaro associa vacina da covid-19 à sida

Facebook e Instagram apagaram vídeo do Presidente do Brasil onde este afirma, baseado em notícias falsas, que as pessoas vacinadas contra a covid-19 desenvolvem sida "mais rápido do que o previsto".

© Créditos: AFP

O Facebook e o Instagram excluíram, no passado domingo, a live semanal do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, por este sugerir que vacinados contra a covid-19 terem propensão para desenvolver o vírus da sida.

"As nossas políticas não permitem alegações de que as vacinas de Covid-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas", disse um porta-voz do Facebook, citado pela Reuters.

O Presidente brasileiro citou uma informação falsa publicada no site 'beforeitnews.com', em que afirma que existem relatórios oficiais do Reino Unido onde está explícito que pessoas totalmente vacinadas desenvolvem sida "muito mais rápido do que o previsto".

Esta foi a primeira vez que estas redes tomaram uma posição contra as afirmações de Bolsonaro, mas em julho outros vídeos de Bolsonaro foram retirados do YouTube, devido ao incentivo do uso de hidroxicloroquina e ivermectina no tratamento contra o coronavírus, ignorando todas as provas científicas de que estes medicamentos não são eficazes.

Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o VIH e sida, as vacinas aprovadas pelos reguladores da saúde no combate ao vírus são seguras para a maioria das pessoas, incluindo as que vivem com VIH, o vírus que causa a doença.

Bolsonaro tem sido muito criticado pela conduta assumida durante a pandemia e é acusado de vários crimes por uma Comissão Parlamentar de Inquérito que apurou a ação do governo brasileiro durante este período. No entanto, o líder mantém a sua inocência e continua a negar a gravidade da pandemia. "Sabemos que não temos culpa de absolutamente nada e que fizemos a coisa certa desde o primeiro momento", afirmou. Já morreram mais de 600 mil brasileiros por causa da covid-19.