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Crime

Desmantelada rede europeia que traficava resíduos de sucata

A polícia italiana notificou 18 pessoas suspeitas de envolvimento no esquema avaliado em cerca de 100 milhões de euros.

A rede criminosa vendia materiais a siderurgias, fundições ou comerciantes de sucata

A rede criminosa vendia materiais a siderurgias, fundições ou comerciantes de sucata © Créditos: Kelly/Pexels

Fonte: AFP

Uma operação policial pôs a descoberto uma rede europeia de tráfico de resíduos que envolve "somas espantosas de dinheiro", avaliadas em cerca de 100 milhões de euros, disse quarta-feira a polícia italiana.

Estas "grandes transações ilegais de resíduos" resultaram na transferência de dinheiro "para contas de empresas italianas e estrangeiras (alemãs e húngaras) para ser "lavado" e reinvestido noutras atividades, na sua maioria ilegais", explicaram as autoridades em comunicado.

Deste "volume de negócios" de cerca de 100 milhões de euros, 65 milhões passaram pela conta de uma empresa alemã, "TM Commodities GmbH", ligada a um cidadão italiano.

Os agentes do Grupo de Proteção do Ambiente e Transição Ecológica de Milão, em virtude de uma ordem de um juiz de instrução em Milão, notificaram 18 suspeitos do seu envolvimento: seis já se encontravam na prisão, oito foram colocados em prisão domiciliária e quatro foram proibidos de sair do seu município de residência.

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Rede escondia perigo real dos resíduos traficados

Estes indivíduos são acusados de associação criminosa para efeitos de tráfico ilegal de resíduos ("resíduos especiais constituídos por sucata e outros resíduos especiais perigosos"), lavagem de dinheiro e emissão de faturas falsas.

A polícia italiana foi apoiada nesta operação, denominada "Black Steel", pela polícia europeia (Europol) e pela agência judicial europeia (Eurojust), com sede em Haia, bem como pela polícia alemã (BKA).

Segundo os investigadores, a rede criminosa vendia materiais a siderurgias, fundições ou comerciantes de sucata, alegando falsamente que tinham sofrido "tratamentos que os tinham feito feito perder a sua qualidade de resíduos".

De facto, a fim de reduzir os custos e aumentar os lucros, as transações dos resíduos foram processadas apenas "em papel" através de falsas declarações de conformidade e falsos documentos de transporte. A rede também escondia o verdadeiro perigo dos resíduos em causa.

Por exemplo, entre janeiro de 2020 e março de 2021, cerca de 6.500 toneladas de resíduos resultantes do tratamento de cabos impregnados com petróleo, alcatrão de carvão e outras substâncias perigosas foram alegadamente retirados de uma fábrica de gestão de resíduos em Arcisate, perto de Milão, e classificados de forma fraudulenta como "não perigosos", a fim de evitar os procedimentos mais dispendiosos associados a este tipo de resíduos.