Covid-19. Prepare-se para levar uma terceira dose da vacina da Pfizer e da Moderna
Quem tomou estas vacinas deverá ter de receber mais uma dose extra por causa das novas variantes, declaram os presidente da Pfizer e da Moderna. No início do próximo outono, os EUA preparam-se para dar a terceira dose à população. No Reino Unido e França este reforço destina-se a grupos específicos.
“É provável que seja necessário administrar uma terceira dose da vacina, algures entre seis a 12 meses [depois das duas primeiras doses] e a partir daí uma vacinação anual”, declarou o presidente da farmacêutica Pfizer, Albert Bourla ao canal de televisão CNBS salientando contudo que “tudo isto precisa de ser confirmado”.
“As novas variantes desempenham um papel fundamental” na decisão de avançar com mais uma dose extra da vacina anti-covid da Pfizer, assumiu este CEO considerando mesmo “muito provável” a necessidade da terceira dose.
“É extremamente importante proteger os grupos de pessoas que podem ser suscetíveis ao vírus”, afirmou Albert Bourla.
Estudos realizados por esta farmacêutica revelaram que a proteção contra o vírus da pandemia se prolonga até seis meses, mas “ainda é cedo” para conhecer com rigor a duração e eficácia da proteção, avançou este responsável.
“Cada vez que surge uma nova variante temos de testar a eficácia da nossa vacina” nessa nova estirpe, declarou Albert Bourla, no início de fevereiro numa entrevista ao Bloomberg. E acrescentou: “Se descobrirmos que a nossa vacina não é muito eficaz temos rapidamente de produzir uma dose de reforço que seja uma ligeira variação da vacina atual”.
EUA: Nova dose no início do outono
Também a farmacêutica Moderna já está a testar uma terceira dose contra a variante sul-africana, esperando ter esta nova injeção disponível no outono, nos EUA.
“Queremos ter certeza de que haverá vacinas de reforço disponíveis no outono para que possamos proteger as pessoas à medida que entrarmos no próximo outono e inverno nos Estados Unidos”, declarou Stephane Bancel, presidente da farmacêutica Moderna à CNBS na quarta-feira passada, dia 14.
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Os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA começaram já a testar uma terceira dose da vacina Moderna contra a variante sul-africana em 210 adultos saudáveis. O objetivo é compreender quão eficaz é este reforço da vacina no aumento da eficácia contra a estirpe da África do Sul. No geral, em relação a todas as vacinas distribuídas atualmente, esta cepa sul-africana mostrou ser capaz de se disfarçar e não ser reconhecida pelos anticorpos contra o vírus original do SARS-CoV-2. O que resulta em novas infeções.
Ainda esta semana David Kessler, coordenador da task-force contra a covid nos EUA anunciou a administração da terceira dose à população, para proteção contra as novas variantes em circulação no país.
“Estamos numa fase em que ainda não sabemos tudo”, em relação às vacinas e às novas variantes, vincou David Kessler. E acrescentou: "Estamos a estudar a duração da resposta dos anticorpos. Parece forte, mas está a diminuir e as variantes são um desafio”.
Reforços da vacina em França e Reino Unido
Na Europa, Reino Unido e França preparam-se para administrar em setembro uma terceira dose das vacinas contra a covid como proteção para as novas variantes a grupos específicos.
No Reino Unido o anúncio foi feito esta semana pelo secretário de Estado da Vacinação, Nadhim Zahawi, numa entrevista ao jornal The Telegraph.
Zahawi que é coordenador do programa de vacinação anti-covid explicou que o reforço será dado em primeiro lugar à população com mais de 70 anos e aos profissionais de saúde que estão na linha da frente da luta contra a pandemia. "A data mais provável é setembro", para ser administrado o reforço vacinal. Este governante espera que até ao Outono europeu estejam aprovadas oito vacinas contra o vírus da pandemia na Europa.
"Independentemente do comportamento do vírus, estaremos preparados", assegurou Zahawi.
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França: 3ª injeção em doentes
O ministério da Saúde francês vai recomendar oficialmente a toma de uma terceira dose das vacinas uma terceira dose das vacinas a pessoas com o sistema imunitário frágil devido a doenças ou cirurgias específicas.
A dose extra é destinada às pessoas que fizeram transplantes de órgãos sólidos, transplantes de medula óssea recentes, pacientes em diálise e pacientes com doenças autoimunes sob forte tratamento imunossupressor.
A terceira injeção das vacinas anti-covid deve ser levada, pelo menos, quatro semanas após a segunda dose, “ou o mais rápido possível para pessoas que já ultrapassaram esse tempo”, especifica a nota da DGS francesa enviada aos profissionais de saúde.
A nova indicação das autoridades francesas surge na sequência de vários estudos que alertam que a eficácia da proteção vacinal contra a doença da pandemia em as pessoas imunocomprometidas é fraca. Além destes doentes poderem desenvolver formas graves de covid.
O jornal Le Monde cita os resultados de um estudo da Universidade Universidade Johns-Hopkins que revelou que “apenas 45% dos pacientes imunocomprometidos apresentam anticorpos após a segunda dose, conforme resultados que devem ser publicados em breve”, indica o diário.
Já na população em geral quase 100% dos voluntários do referido estudo apresentavam anticorpos detetáveis. Numa segunda fase a terceira dose da vacina deverá também passar a ser recomendada a pessoas com cancro e com outras doenças que quebram as proteções do sistema imunitário.
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Vacina anti-covid anual
Para os presidentes da Pfizer e da Moderna será necessário vacinar anualmente contra a anti-covid, como acontece com a gripe, atendendo ao perigo das variantes emergentes do vírus original do SARS-CoV-2 e à eficácia da proteção contra a doença.
“Eu prevejo que no próximo ano vão existir muitas variantes. Mas, à medida que mais e mais pessoas são vacinadas ou infetadas naturalmente, a circulação das variantes vão diminuir e o vírus vai se estabilizar como acontece com o vírus da gripe ”, considerou o CEO da Moderna.
Albert Bancel declarou que a Moderna está a estudar a criação de uma “vacina dois em um que proteja contra a gripe sazonal e covid”.
A farmacêutica ultima já uma nova vacina contra a gripe “altamente eficaz” que espera ter pronta em setembro de 2021. Em seguida, a intenção é “combinar a nossa vacina contra a gripe com a nossa vacina anti-covid de modo a que as pessoas só precisem de levar um reforço anual desta vacina contra as duas doenças”, explicou Bancel.