Cimeira UE-Ucrânia acontece a 3 de fevereiro em Kiev
O encontro não contará, no entanto, com a presença dos chefes de Estado e governo dos 27.
© Créditos: Sergey BOBOK/Presidência Ucraniana(AFP
A cimeira entre a União Europeia e a Ucrânia, inicialmente prevista para Bruxelas, vai decorrer em 3 de fevereiro em Kiev, sem a presença dos chefes de Estado e de governo dos Estados-membros, divulgou esta segunda-feira a presidência ucraniana.
A mudança de local ocorre após uma conversa telefónica entre o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
No entanto, não estarão presentes no encontro os chefes de Estado e de governo, mas apenas a própria Von der Leyen e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
Esta informação já tinha sido confirmada em dezembro por um porta-voz de Charles Michel, noticiou a agência Europa Press.
O anúncio põe fim às especulações sobre uma possível nova viagem de Zelensky para fora do país, após a visita surpresa que fez a Washington em dezembro.
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Bruxelas transfere mais 18 mil ME para Kiev
O gabinete de Zelensky explicou que a situação nas frentes de combate com a Rússia também foi discutida na conversa telefónica com Von der Leyen, bem como o processo de entrada da Ucrânia na UE ou o apoio económico europeu a Kiev.
A presidente da Comissão Europeia informou esta segunda-feira o Presidente ucraniano que Bruxelas começará em breve a transferir para Kiev os 18.000 milhões de euros prometidos para responder às necessidades financeiras mais urgentes.
"A União Europeia (UE) está convosco o tempo que for preciso. Apoiamos a vossa luta heroica. Uma luta pela liberdade e contra a agressão brutal", destacou.
De acordo com a proposta da Comissão, e aprovada pelo Parlamento Europeu, a verba destina-se a apoiar serviços públicos essenciais, tais como a gestão de hospitais, escolas e o fornecimento de alojamento a pessoas deslocadas.
A verba será usada também para assegurar a estabilidade macroeconómica e a reparação de infraestruturas críticas destruídas pela Rússia.
17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária
Na mesma conversa telefónica, Von der Leyen lembrou a Zelensky que os 27 do bloco europeu estão a apoiar a Ucrânia neste inverno "com geradores, abrigos e autocarros escolares", em resposta aos ataques russos a infraestruturas energéticas.
A presidente da Comissão anunciou ainda que espera voltar a ver pessoalmente, e em breve, Volodymyr Zelensky na Ucrânia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.884 civis mortos e 10.947 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.