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Fake news

Bonduelle nega envio de alimentos a soldados russos

O grupo francês desmentiu a "informação falsa" que circulou na principal rede social russa.

© Créditos: Shutterstock

Fonte: AFP

O grupo francês Bonduelle, produtor de vegetais em conserva e congelados, negou formalmente à AFP, na segunda-feira, ter distribuído pacotes de alimentos aos soldados russos com uma mensagem a desejar-lhes uma "vitória rápida" na Ucrânia, referindo-se a uma "informação falsa" nas redes sociais.

No Twitter, os internautas apelaram este fim de semana a um boicote aos produtos da empresa, após a divulgação na principal rede social russa VKontakte de duas fotografias que mostram embalagens com o logótipo da Bonduelle.

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As imagens mostram uma pessoa de uniforme a segurar uma caixa de latas da marca, juntamente com um cartão com uma mensagem em russo: "Caro soldado, feliz Ano Novo! Desejamos-lhe o melhor e uma vitória rápida!"

"Não distribuímos embalagens aos soldados", assegurou o grupo francês à AFP.

No sábado, o grupo assegurou em comunicado que "esta informação, bem como as declarações atribuídas à empresa Bonduelle e à sua gestão, (eram) totalmente falsas".

O grupo confirmou, no entanto, a sua participação na operação "cestos de bondade". Organizada pelo banco alimentar russo, visa recolher produtos para os mais desfavorecidos e "não tem qualquer ligação com o exército", de acordo com uma porta-voz da Bonduelle.

Empresa francesa continua a operar na Rússia

Uma publicação na conta VKontakte da cidade russa de Iartsevo, que entretanto foi apagada, afirmava que 10.000 caixas tinham sido enviadas para os soldados.

A Bonduelle também nega os comentários atribuídos nesta publicação à sua diretora-geral na Rússia, Ekaterina Eliseeva, que também tinha expressado o seu desejo de uma "vitória rápida" na Ucrânia.

Com base num artigo na edição russa da Forbes, alguns utilizadores da Internet acusaram-na de ter ligações com a FSB, os serviços de segurança russos, com os quais, segundo a revista, tinha feito uma formação como tradutora nos anos 90.

A Bonduelle é uma das poucas empresas francesas que continuou a operar na Rússia após a invasão da Ucrânia, como o Leroy Merlin, Auchan (Mulliez) ou Lactalis.

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"O grupo Bonduelle continua as suas atividades na Rússia com o único objetivo de assegurar o acesso da população aos alimentos na Rússia e países vizinhos", reafirmou no sábado.

Em março passado, o grupo tinha anunciado a suspensão de "qualquer projeto de investimento" no país.

O grupo francês gera 5% do seu volume de negócios anual (150 milhões de euros) na Rússia, onde tem três fábricas e emprega 1.000 pessoas, bem como em países vizinhos como a Geórgia e a Arménia.