Bolsonaro pede visto de turista para ficar nos Estados Unidos
"Acho que a Florida será o lar temporário longe de casa. Neste momento, com a sua situação, acho que precisa de um pouco de estabilidade", disse o advogado que representa o ex-presidente.
© Créditos: Evaristo Sá/AFP
O ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, apresentou um pedido de visto de turista junto das autoridades norte-americanas para poder permanecer mais seis meses no país, avança o jornal Financial Times (FT).
O advogado de Bolsonaro confirmou a informação ao FT. "Acho que a Florida será o lar temporário longe de casa. Neste momento, com a sua situação, acho que precisa de um pouco de estabilidade", disse o advogado do ex-presidente, Felipe Alexandre, citado pelo Financial Times.
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O ex-líder brasileiro trocou o Brasil pela Flórida dois dias antes da tomada de posse do Presidente Lula da Silva e viajou para os EUA com um visto A-1 reservado para diplomatas e chefes de estado. Expirou no dia em que deixou o cargo, com 30 dias de carência.
Bolsonaro enfrenta várias investigações no Brasil, tanto em supostas irregularidades durante o mandato ou para perceber se é "culpado" pela invasão do Congresso em Brasília, realizada por bolsonaristas que rejeitaram a derrota eleitoral.
No início do ano, 41 membros democratas do Congresso assinaram uma carta instando o governo a revogar o visto de Bolsonaro. "Não devemos permitir que o senhor Bolsonaro ou qualquer outro ex-funcionário brasileiro se refugie nos Estados Unidos para escapar da justiça por quaisquer crimes que possam ter cometido durante o mandato", lê-se no texto.
Ex-presidente tinha apontado regresso para janeiro
O ex-presidente brasileiro tinha dito à CNN no Brasil que planeava regressar no final de janeiro e estava mesmo a pensar em antecipar o seu regresso por razões de saúde.
Jair Bolsonaro foi vítima de um ataque com faca em 2018 durante uma viagem eleitoral. Desde então, foi submetido a várias operações devido a obstrução intestinal.
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A 8 de janeiro, milhares de bolsonaristas, descontentes com a vitória de Lula da Silva sobre o ex-presidente nas eleições de outubro de 2022, invadiram e vandalizaram o palácio presidencial, o Congresso e o Supremo Tribunal em Brasília.
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça bolsonarista, foi preso a 14 de janeiro no âmbito da investigação sobre o ataque, enquanto voltava de avião dos EUA.
Com agências*