As atrocidades que Bolsonaro disse sobre as mulheres
É mulher? Está a pensar votar Bolsonaro? Por favor leia este texto antes de o fazer.
© Créditos: AFP
Fiquei em estado de choque quando ouvi Bolsonaro dizer, numa entrevista, que“pintou um clima” com umas meninas de 14, 15 anos. Mas o que é que esperava de alguém que tem passado a vida a dizer barbaridades?
Esta foi mais uma das atrocidades que saíram da boca do candidato que corremos o risco de ver reeleito presidente do Brasil. Façamos uma pequena viagem no tempo com a ajuda do manifesto "Fure a Bolha", publicado no Portal Catarinas, que fez uma lista de 95 razões para que as mulheres não votem em Jair Bolsonaro. Aqui reproduzimos alguns dos argumentos para que elas não votem nele:
“Em 2014, em entrevista ao portal Zero Hora, Bolsonaro disse que não violaria a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) porque ela não merecia, já que era feia.
Em 2017, durante uma palestra Bolsonaro disse: “Eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens, aí no quinto eu dei uma fraquejada e veio uma mulher”.
“Prefere sacar a Lei Maria da Penha ou uma pistola?’, disse Bolsonaro em 2022, ao dizer que “há um candidato que quer transformar clubes de tiro em bibliotecas”.
Questionado em 2011 por Preta Gil o que faria se um de seus filhos se envolvesse com uma mulher negra, Bolsonaro disse: “Eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem educados e não viveram em um ambiente como, lamentavelmente, é o seu”.
Em 2019, Bolsonaro afirmou que o Brasil não poderia ser um país de turismo gay, mas que “quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher fique à vontade”.
Em 2022, durante a cerimónia de homenagem no Dia Internacional da Mulher no Palácio do Planalto, Bolsonaro disse que as mulheres estão “praticamente integradas na sociedade”.
Em 2022, Bolsonaro disse, referindo-se a Michelle Bolsonaro: “Como ela falava muito alto comigo em casa, eu falei: ‘tu vai aprender libras’. Aí ela aprendeu libras”.
Em 2022, num discurso sobre segurança pública, Bolsonaro disse: “Notícia boa para mulher é beijinho, rosa, presente, né?”.
Em 2017, Bolsonaro se referiu ao feminicídio como “mimimi”.
Bolsonaro criticou o aborto no caso de uma violação de uma menina de 11 anos em Santa Catarina.
Em 2022 Bolsonaro sugeriu que os pais rasgassem as páginas sobre educação sexual da Caderneta de Saúde da Adolescente.
Chamou Brilhante Ustra, torturador que colocava ratos vivos nas vaginas de mulheres e torturava grávidas, de herói nacional.
Em 2016, quando foi entrevistado por Eliot Page, que na época se identificava como mulher e lésbica, Bolsonaro disse: “Você beira, com todo respeito a você, à teoria do absurdo. Até porque você, com a sua companheira, não geram filhos”. Depois, disse que assobiaria se a visse na rua.
Questionado sobre a participação das mulheres no seu governo, quando ainda era pré-candidato, Bolsonaro disse: “Não é questão de género. Tem que botar quem dê conta do recado. Se eu botar mulheres vou ter que indicar quantos afrodescendentes?”
Numa publicação, a ex-mulher de Bolsonaro afirma ter sido ameaçada de morte por ele.
Em 2021, Bolsonaro disse que arranjar emprego poderia tornar-se “quase impossível” para as mulheres, caso ele sancionasse um projeto de lei que aumenta a multa contra empresas que praticam discriminação salarial contra trabalhadoras.
Em 2014, Bolsonaro disse achar justo uma mulher ganhar menos que um homem para fazer o mesmo trabalho, pois pode engravidar e tirar licença maternidade.
Em 2012, Bolsonaro afirmou já ter batido numa mulher, quando “era garoto na Eldorado”.
“Pela primeira vez na vida o número de ministros e ministras está equilibrado no nosso Governo. Temos 22 ministérios, 20 homens e duas mulheres”, disse Bolsonaro no Dia da Mulher de 2019.
Em 2022, Bolsonaro empurra a vice-governadora de Santa Catarina para trás das suas costas.
Após tantas declarações misóginas, o governo Bolsonaro foi condenado a pagar R$5 milhões por ofensas a mulheres.
Em fevereiro de 2020, Hans, ex-funcionário da empresa Yacows, afirmou que a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, teria oferecido relações sexuais em troca de informações. Fazendo menção ao caso, Bolsonaro disse: “Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”.
Em 2021, quando perguntado sobre a Covaxin, Bolsonaro gritou de forma ameaçadora com a jornalista Adriana de Luca e disse que a pergunta era “idiota”.
Em 2019 acusou a jornalista Miriam Leitão de mentir ao dizer que foi torturada durante a ditadura militar.
Em 2020, Bolsonaro foi xenófobo e referiu-se à jornalista Thaís Oyama como “aquela japonesa”, dizendo que “não sabe o que ela faz aqui no Brasil”.
Em 2019, Bolsonaro fez uma acusação falsa contra a jornalista Constança Rezende, gerando uma onda de ataques de ódio à profissional.
Em 2022, em vez de responder a uma pergunta de Amanda Klein, Bolsonaro mencionou detalhes da vida da jornalista e acusou-a de ser “leviana”.
Em 2019, Bolsonaro referiu-se à repórter Marina Dias como “qualquer uma”.
Em 2019, Bolsonaro constrangeu a repórter Sylvia Colombo, da Folha de S. Paulo, durante uma entrevista, dizendo que estava apaixonado por ela.
Também em 2019, Bolsonaro disse à repórter Isadora Peron: “Se eu te chamar de feia agora, acabou o mundo. Todas as mulheres vão estar contra mim”.
Em 2021, Bolsonaro chamou a repórter Driele Veiga de “idiota”.
Em 2021, Bolsonaro atacou a jornalista e apresentadora da CNN Brasil, Daniela Lima, chamando-a de “quadrúpede”.
Em 2014, Bolsonaro chamou uma repórter da Rede TV de “idiota”, “analfabeta” e “ignorante”.
Em 2022, Bolsonaro mandou uma repórter da Folha de S.Paulo "calar a boca".
Em 2021, Bolsonaro mandou novamente outra repórter, desta vez da TV Vanguarda, "calar a boca".
Em 2022, no meio de um debate presidencial, Bolsonaro disse que a jornalista Vera Magalhães dormia a pensar nele e que isso era uma “vergonha para o jornalismo brasileiro”.
Questionado sobre os ataques a mulheres, durante o debate presidencial de 2022, Bolsonaro falou em ‘joguinho de mimimi’, mais uma vez atacando Simone Tebet.
Em 2021, o advogado de Bolsonaro ameaçou a repórter Juliana Dal Piva: “Lá na China você desapareceria e não iriam nem encontrar o seu corpo”.
Em junho de 2021, ao ser questionado sobre as vacinas contra a covid-19, Bolsonaro disse para a repórter da Rádio CBN, Victoria Abel, que esta deveria “voltar para a faculdade, para o ensino médio, depois para o jardim de infância e aí nascer de novo”.
Em 2022, quando questionado por Renata Vasconcellos sobre declarações anteriores em que minimizou a importância da desigualdade salarial entre homens e mulheres, Bolsonaro tentou constranger a jornalista insinuando que ela receberia menos que William Bonner, apesar de exercerem a mesma função.
Em 1998, já como deputado federal e em campanha para reeleição, Jair Bolsonaro agrediu fisicamente Conceição Aparecida Aguiar, na época gerente da Planajur, empresa de consultoria jurídica e que trabalhava para o Exército.
Bolsonaro é um dos 13 autores do Projeto de Lei 6055/2013, que tinha como objetivo proibir o atendimento médico para vítimas de abuso sexual.
Num programa de TV exibido em 2015, Bolsonaro gabou-se: “Fui o único deputado, nos dois turnos, que votou contra todos os direitos trabalhistas das empregadas domésticas”.
Quando deputado, Bolsonaro assinou o pedido de revogação da lei que garante que vítimas de violação tenham acesso gratuito à pílula do dia seguinte.
Em outubro de 2019, Bolsonaro vetou integralmente uma proposta que obrigava os profissionais de saúde a registar na receita médica da paciente e comunicar à polícia indícios de violência contra a mulher.
Em outubro de 2021, Bolsonaro vetou a distribuição gratuita de pensos higiénicos para estudantes com baixos rendimentos e pessoas em "situação de rua.”
Por favor, se é mulher pense antes de votar em Bolsonaro!