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Guerra

Já caíram bombas na capital ucraniana

Na madrugada desta quinta-feira, a capital ucraniana foi abalada por pelo menos duas explosões. As cidades de Mariupol, Kramatorsk e Kharkiv também foram atacadas.

Um agente da polícia ucraniana junto aos restos de um projétil russo em Kiev, esta quinta-feira.

Um agente da polícia ucraniana junto aos restos de um projétil russo em Kiev, esta quinta-feira. © Créditos: Sergei Supinsky/AFP

Maria Monteiro

Pouco depois de Vladimir Putin anunciar o início de uma operação militar na Ucrânia, num discurso televisivo emitido por volta das 6h de Moscovo (4h no Luxemburgo), foram registadas pelo menos duas explosões no centro de Kiev, capital ucraniana. Imediatamente a seguir terão soado várias sirenes de ambulâncias, de acordo com o relato de jornalistas da AFP.

Apesar de Putin ter dito que os ataques se concentrariam apenas zonas militares e não áreas povoadas, a capital ucraniana de Kiev acordou esta quinta-feira com projéteis militares nas ruas.

Segundo descreve a Al-Jazeera, apesar de se ouvirem sirenes por toda a cidade, ao raiar do dia a vida seguia com a normalidade possível. Como habitual, os ucranianos deslocavam-se para a escola e para o trabalho em autocarros que circulavam cheios.

O cenário ter-se-á agravado com o decorrer das horas e, às 10h30 locais (08h30 no Luxemburgo), a população estava a formar grandes filas junto a máquinas de multibanco e bombas de gasolina, "pois temem o corte de eletricidade e Internet". Já há pelo menos oito mortos nos ataques a várias cidades.

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Espaço aéreo da Ucrânia encerrado

Além de Kiev, os bombardeamentos desta madrugada atingiram Mariupol, cidade portuária que é o maior território na fronteira com as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk; Kramatorsk, ainda mais próxima da linha pró-russa, que serve de quartel-general do exército ucraniano; Kharkiv, no leste da Ucrânia, e o porto de Odessa, situado no Mar Negro, no sul do país.

O ministério ucraniano das Infraestruturas anunciou, entretanto, o encerramento do espaço aéreo devido ao "elevado risco para a segurança da aviação civil".

Os líderes da União Europeia (UE) vão reunir-se esta quinta-feira pelas 20h00 de Bruxelas numa cimeira extraordinária, para discutir os últimos desenvolvimentos do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

Putin acusa Ucrânia de "genocídio"

O futuro afigura-se agora incerto para os ucranianos, agora que a Rússia está declaradamente em guerra com o país vizinho. Vladimir Putin justificou o arranque da intervenção militar com a necessidade de proteger os civis de etnia russa de Donetsk e Lugansk, regiões separatistas cuja independência reconheceu na segunda-feira.

Na comunicação televisiva, o presidente russo classificou a operação militar como uma resposta a supostas ameaças de "genocídio" nessas regiões por parte das autoridades da Ucrânia e atirou as responsabilidades por um eventual derramamento de sangue para o "regime" ucraniano.

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Putin acrescentou que o objetivo da invasão é a "desmilitarização" e não a "ocupação" e deixou claro que qualquer interferência de outros países na operação militar terá "consequências que eles nunca viram".

O presidente russo acusou os Estados Unidos e os seus aliados de ignorarem a exigência russa de garantir que a Ucrânia nunca irá aderir à NATO. Putin dirigiu-se, ainda, aos ucranianos e prometeu que aqueles que depuserem as armas poderão sair da zona de combate em segurança.

(Com agências)