Contacto
Tragédia

Vítimas do incêndio de Kayl alojadas em abrigos de emergência até janeiro

Vinte e uma pessoas têm um teto temporário em Esch-sur-Alzette. Os antigos inquilinos do edifício que ardeu em Kayl têm pouco menos de um mês para encontrar habitação permanente.

Na noite de terça-feira da semana passada, um rapaz de seis anos morreu num grande incêndio em Kayl.

Na noite de terça-feira da semana passada, um rapaz de seis anos morreu num grande incêndio em Kayl. © Créditos: Marc Wilwert

Após o incêndio em Kayl, que matou um rapaz de seis anos e feriu dez pessoas na semana passada, as seis famílias afetadas foram alojadas em abrigos de emergência. Entre as 21 vítimas dos incêndios encontram-se cinco crianças em idade escolar primária e quatro crianças em idade escolar secundária, disse o burgomestre de Kayl, Jean Weiler, na terça-feira.

Ler mais:Vítima mortal do incêndio de Kayl é uma criança de 6 anos

As famílias foram alojadas temporariamente num edifício com vários apartamentos em Esch-sur-Alzette, que seria inaugurado esta segunda-feira pelo município para funcionar como abrigo oficial de emergência para pessoas sem-abrigo. Outra família está hospedada no albergue da juventude de Esch, na estação ferroviária.

As famílias deverão ficar nestes albergues "até 11 de janeiro, as férias de Natal são pelo menos cobertas", afirmou Weiler. As famílias têm, portanto, pouco menos de um mês para encontrar alojamento permanente. Dada a situação mais do que apertada no mercado imobiliário luxemburguês, é provável que este seja um enorme desafio.

Não podemos arranjar habitação permanente, não somos uma agência imobiliária.
Jean Weiler, burgomestre de Kayl

"Como município, somos apenas responsáveis pelo alojamento de emergência, não podemos arranjar alojamento permanente, não somos uma agência imobiliária", explicou o burgomestre.

Ler mais:Comuna de Kayl angaria fundos para vítimas de incêndio mortal

O município trabalha em conjunto com o gabinete social: "Se recebermos ofertas de habitação, transmitimo-las ao gabinete da ação social. No entanto, há também outras pessoas na lista de espera para este tipo de alojamento [social]", denota Weiler. O burgomestre acredita, no entanto, que é possível que o prazo para a saída do abrigo temporário em Esch "possa ser prorrogado".

Caso contrário, o município de Kayl não tem, neste momento, quaisquer soluções permanentes para as famílias sem-abrigo. "Apenas um apartamento que deverá ser demolido, de modo a ser novamente algo apenas temporário". O burgomestre espera agora que os senhorios que o possam fazer disponibilizem apartamentos vazios.

As vítimas dos incêndios não só perderam os apartamentos onde habitavam na Rue du Commerce, como todos os pertences, no incêndio de 6 de dezembro. Por conseguinte, vários cidadãos voluntariaram-se para ajudar as vítimas e doar materiais, mobiliário e roupa. Na última sexta-feira à noite, já se contabilizava 34 mil euros em donativos.

Causa do incêndio ainda desconhecida

O burgomestre sugere que este dinheiro possa ser utilizado como garantia para novos contratos de arrendamento destas famílias, uma vez que entre os afetados se encontravam alguns "que provavelmente terão problemas no mercado habitacional devido a dificuldades financeiras", revelou.

O incêndio começou no primeiro andar do edifício na noite de 5 para 6 de dezembro, por volta das 3 da manhã, e espalhou-se rapidamente. De acordo com Jean Weiler, a casa era velha e não seria habitável no futuro. A causa do incêndio é ainda desconhecida, disse o Ministério Público na terça-feira.

(Este artigo foi originalmente publicado no Luxemburger Wort e adaptado para o Contacto por Tiago Rodrigues)

NOTÍCIAS RELACIONADAS