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Três homens julgados por atirarem ovos à casa de Bettel

O ataque com ovos foi um protesto contra as medidas covid. As justificações dos três acusados em tribunal.

Os três acusados podem incorrer em penas de prisão de meses por terem atacado com ovos a casa do primeiro-ministro.

Os três acusados podem incorrer em penas de prisão de meses por terem atacado com ovos a casa do primeiro-ministro. © Créditos: AFP

Fonte: Redação

Três homens foram julgados na sexta-feira por desacatos, ameaça de atentado e destruição de bens imobiliários, no tribunal distrital do Luxemburgo, escreve o Le Quotidien que faz a reportagem.

Em julgamento estavam as ações destes três homens amigos, que a 4 de dezembro de 2021, atiraram ovos à fachada da casa do primeiro-ministro Xavier Bettel, durante um protesto com cerca de uma centena de pessoas, contra as medidas covid implementadas, exigindo ainda a renuncia de Bettel do cargo. Contudo, estes três homens foram identificados pela polícia.

Como contaram os acusados em tribunal, citados pelo Le Quotidien, um deles trouxe os ovos e pretendia coloca-los no chão como o tinha feito em “frente à Câmara dos Deputados para denunciar uma política de ovos podres”. Só que, depois seguiu os manifestantes. “Nem sabia que aquela era a casa” do primeiro-ministro, desculpou-se.

Ler mais:Manifestantes atiraram ovos contra residência de Bettel

As imagens dos protestos e dos ovos atirados à casa de Bettel foram filmados e publicados nas redes sociais tendo circulado ativamente, constituindo uma prova para desmontar as declarações dos três acusados.

"Tinha bebido"

Aliás, todos os acusados tentaram se desculpar dos atos. Outro dos homens declarou que os atirou à casa de Xavier Bettel porque “não estava no meu estado normal”, pois nunca faria tal coisa. “Tinha bebido”, assumiu. Um dos réus aproveitou para “pedir desculpas ao primeiro-ministro”, dizendo que depois do que fez se sentiu “mal toda a noite”.

A representante do Ministério Público declarou que as justificações dos arguidos não convenceram, com as versões dos três a contradizerem-se. Os atos foram “inadmissíveis”. “Sentir-me-ia ameaçada se estivesse no lugar do primeiro-ministro”, declarou a magistrada, citada pelo Le Quotidien.

O Ministério Público pede nove meses de prisão e uma multa correspondente, embora não se oponha a um indulto. Este homem merece uma pena maior, pois foi ele que levou os ovos. Sem eles os outros dois acusados não os teriam lançado, explica a representante do Ministério Público. Para os outros dois amigos pede uma pena inferior a seis meses de prisão que pode comutada para trabalho comunitário. A sentença será lida a 25 maio.