Planos para praça da Gare não agradam a todos
A Place de la Gare deverá ter em breve um parque subterrâneo para bicicletas, lojas e vegetação. Mas a comuna e o governo não vêem os planos de igual forma.
© Créditos: Guy Jallay/Luxemburger Wort
O plano de remodelação da praça da Gare do Luxemburgo sido amplamente debatido pelos cidadãos. Nesse sentido, o ministro da Mobilidade François Bausch (Déi Gréng) organizou uma sessão informativa para apresentar o ponto da situação. A burgomestre Lydie Polfer (DP) e a ministra da Cultura Sam Tanson (Déi Gréng) também estiveram disponíveis para responder às questões dos munícipes.
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Shahram Agaajani, do gabinete de arquitetura Metaform, apresentou as ideias mais recentes relativas ao futuro aspeto da praça. A peça central é o parque de estacionamento subterrâneo para bicicletas. Aqui podem ser estacionadas até 2.000 bicicletas. Para evitar a divisão da praça em duas partes pela rampa de acesso, está a ser considerada a construção de um pavilhão no meio. No seu interior, uma rampa em espiral colmataria a diferença de altura. Além disso, estão previstos espaços verdes com árvores de tronco alto e zonas de convívio.
Em frente ao chamado "Pavillon Grand-Ducal", um repuxo poderia completar o projeto. Se possível, o parque para bicicletas seria ligado ao metro existente por baixo das plataformas. Este, por sua vez, deveria ser prolongado para leste, permitindo assim uma ligação direta a Bonneweg.
Reunião entre governo, comuna e cidadãos para apresentar o ponto de situação © Créditos: Frank Weyrich
As emoções estiveram à flor da pele desde a primeira objeção levantada por um cidadão, cuja escolha de palavras foi por vezes bastante drástica. Na sua opinião, o problema dos traficantes de droga nas imediações da estação devia ser resolvido em primeiro lugar, antes de se pensar noutras coisas. No entanto, a maioria dos cidadãos presentes congratulou-se com o facto de a remodelação da praça estar a ser tratada.
Tensão entre François Bausch e Lydie Polfer
Uma pergunta recorrente, no entanto, foi sobre o sentido de ter um parque de estacionamento para 2000 bicicletas, uma vez que, atualmente, não há tantas pessoas a utilizá-las. Por outro lado, uma sugestão de um membro do público foi mesmo no sentido de reservar partes dos parques de estacionamento existentes só para bicicletas, a fim de reduzir o tráfego automóvel no bairro.
François Bausch disse estar convencido de que o realinhamento urbanístico da praça também contribuirá de forma significativa para melhorar a situação de segurança: "É preciso fazer alguma coisa para a melhorar".
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Houve alguma tensão entre o governante e a burgomestre, que recordou Bausch de que a aprovação de qualquer projeto é da responsabilidade da autarquia — embora a praça seja da responsabilidade dos Caminhos-de-Ferro Luxemburgueses (CFL) e não pela comuna. A discussão entre os dois ficou de tal forma acesa que Lydie Polfer chegou a perguntar ao ministro Bausch se ele sofria de amnésia. O principal ponto de discórdia entre os dois opositores é a dimensão do espaço que deveria ser reservado aos automóveis na remodelação da praça da estação.
Quando os ânimos se acalmaram, os dois políticos pareceram estar conformados com a conclusão de que, de qualquer forma, nada vai acontecer nos próximos anos. Ainda assim, haverá um estaleiro de construção na praça, porque a sede dos CFL será ampliada e modernizada.
(Artigo originalmente publicado no Luxemburger Wort e adaptado para o Contacto por Maria Monteiro.)