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Editorial

Para acabar com o mito do imigrante inculto

Espetáculos, dança, música, viagens ao passado em realidade virtual. A lista de mil acontecimentos que vai encher Esch2022, Capital Europeia da Cultura tem de quase tudo. Em entrevista ao Contacto, Nancy Braun, a responsável pelo evento, apela à comunidade portuguesa que participa massivamente em todos os acontecimentos. O lançamento é a 26 de fevereiro do próximo ano, mas já há muita coisa a acontecer e em que pode participar.

Muitos luxemburgueses continuam a olhar para os imigrantes portugueses como trabalhadores de baixas qualificações sem interesse em se "misturar" na sociedade que os acolheu. Pensam em trabalhadores incansáveis sem tempo, nem vontade de conhecer as muitas atividades culturais que por cá se fazem. Já é tempo de acabar com esse mito do imigrante português que não gosta de cultura, nem do Luxemburgo

Esch2022, Capital Europeia da Cultura poderá ser uma boa oportunidade para destruir este estigma.

Quatro em cada dez habitantes de Esch-sur-Alzette são portugueses. A organização da Esch2022 lança, agora, um apelo para que a comunidade portuguesa participe na construção das atividades do programa da Capital Europeia da Cultura. Para já surge um apelo a que se inscrevam como voluntários para fazerem parte da Grande Abertura marcada para 26 de fevereiro e que promete muitas surpresas. O pedido é feito por Nancy Braun, diretora-geral de Esch2022 que em entrevista ao Contacto manifesta a intenção de envolver todas as comunidades, incluindo a portuguesa, na construção deste evento cultural que pretende transformar a cidade de Esch. Uma região que, para esta dinamizadora cultural, pode ser o epicentro de desenvolvimento do que será o futuro do Luxemburgo. A juntar à Universidade e centros de investigação já existentes na região, deverão somar-se as atividades culturais desenvolvidas ao longo do próximo ano. Protagonizadas pelos “novos mineiros do futuro”: investigadores, artistas e empreendedores culturais que prometem fazer uma nova Esch, cheia de cultura.

Porque o entusiasmo é um passo para o sucesso, acredito que o programa de Esch2022 irá ficar na nossa memória por muito tempo. Nancy Braun, a responsável máxima tem uma energia e vontade contagiantes.

A gestora cultural acredita que a “Europa se recria através da cultura, porque é a cultura que liga os países e as populações ao futuro”. E este projeto não poderia estar a ser construído num ambiente mais propício. “No Luxemburgo vivemos a Europa todos os dias e temos a vantagem de ter essa multitude de comunidades e nacionalidades que dão a riqueza à cultura que vivemos no Luxemburgo”, destaca a diretora-geral de Esch2022.

Licença para a paz

Depois de caladas as armas, ouvem-se agora vozes de apelo à paz no Médio Oriente. Esta semana o Contacto dá a conhecer as vontades de palestinianos e judeus que vivem no Luxemburgo e estão cansados de ver a guerra no Médio Oriente.