Os municípios com mais portugueses inscritos para votar nas comunais
O total de cidadãos lusos que está recenseado para votar este ano é ligeiramente superior à média global de estrangeiros inscritos, mas a sua distribuição por município diverge e em alguns casos não chega aos 10%.
© Créditos: Caroline Martin
A cidade do Luxemburgo e Esch-sur-Alzette são as comunas com mais portugueses inscritos para votar nas eleições comunais de 11 de junho, mas é em Bech que a proporção de recenseados lusos é maior.
Os cadernos eleitorais fecharam no passado dia 17 de abril e segundo os dados finais revelados ao Contacto pelo Ministério da Família e Integração, ao todo, estão recenseados 15.045 portugueses para participar nas próximas comunais, ou seja, 20% dos 75.287 cidadãos lusos elegíveis para votar nestas eleições.
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Na capital estavam inscritos 1.632 portugueses, o número mais elevado, seguindo-se Esch-sur-Alzette, com 1.531. No entanto, se considerarmos o peso desses números no total da comunidade lusa que poderia votar nesses municípios, ele corresponde a apenas 15,8%, no primeiro caso, e a 18,4%, no segundo - percentagens abaixo do valor da média geral portuguesa de 20%.
Apesar de muito menos expressivo, é em Bech que o número de portugueses recenseados faz a diferença. Com 28 inscritos num total de 70 elegíveis para votarem, esta é a comuna com a maior percentagem de recenseados de nacionalidade portuguesa: 40%.
Bourscheid, Ell e Flaxweiler com menos de 10%
Em três municípios a proporção de cidadãos lusos inscritos é menos de metade da média alcançada na comunidade, abaixo dos 10%, com Flaxweiler a revelar a percentagem mais baixa.
Bourscheid, Ell e Flaxweiler registam, respetivamente, 8,7%, 7,6% e 6,9% de portugueses recenseados, face ao total de cidadãos de nacionalidade portuguesa elegíveis para votar nesses locais.
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Ainda assim, na maioria das comunas a percentagem de portugueses inscritos supera a média nacional da comunidade. Em 52 municípios, a proporção é superior a 20%, com Dudelange a registar cerca de 21% (mais exatamente, 20,5%, com 701 inscritos lusos em 3.424) e Bech, a percentagem mais alta (40%), seguido de perto por Reisdorf (39,8%, correspondentes a 107 inscritos em 269), Sandweiler (37,7%, representando 92 recenseados em 244) e Lenningen (com 36,7%, ou seja, 54 inscritos em 147).
Larochette, onde viviam mais portugueses que luxemburgueses, à data das últimas eleições comunais (2017), regista 163 inscritos em 657, o equivalente a 24,8%.
Mais inscritos do sexo masculino e com idades acima dos 35 anos
Entre os 15.045 eleitores portugueses inscritos, a nível nacional, para votar nestas comunais, a maioria são homens (7.687). Já no que respeita ao recenseamento do sexo feminino, o número de inscritas é 7.358 (menos 329 por comparação com o sexo masculino).
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Em termos etários, a faixa dos jovens (18-24 anos) é a que reúne o menor número de inscritos (166), sendo que o número de recenseados sobe à medida que se vai avançando nas idades. O grupo dos 25 aos 34 anos, tem 685 recenseados.
Mas é a partir dos 35 anos que o número de inscritos aumenta significativamente. Na faixa dos 35 aos 54, há 6.380 pessoas de nacionalidade portuguesa recenseadas. Nos que têm 55 anos de idade ou mais anos, são 7.814 os recenseados.
Portugueses ligeiramente acima da média nacional
Até 17 de abril, prazo limite para inscrição de residentes estrangeiros para votar nas comunais, estavam registados nos cadernos eleitorais 50.084 não-luxemburgueses, de 162 nacionalidades, num universo de 252.464 potenciais eleitores não-nacionais.
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A taxa global de votantes não-luxemburgueses ficou-se assim pelos 19,8%. Com 20% de recenseados, os portugueses, comunidade à qual foi dirigida uma campanha de sensibilização que mobilizou os mais altos dirigentes nacionais, como o primeiro-ministro luxemburguês Xavier Bettel, e do país de origem, incluindo o primeiro-ministro, António Costa, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fixou-se acima da média nacional global.