Luxemburgo. Organização cede 100 computadores por semana a refugiados
A Digital Inclusion, que desde 2016 apoia pessoas carenciadas e excluídas do mundo digital, registou um aumento de pedidos desde o início da invasão russa. Esta segunda-feira, entregou mais 20 computadores, sobretudo a pessoas vindas da Ucrânia.
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Anna Rybalchenko veio com a mãe para o Luxemburgo, depois de abandonar a sua cidade natal perto de Kiev, e não escondeu a felicidade por receber o equipamento informático. “Ouvi falar da iniciativa através de um grupo de Facebook e é incrível que agora possa continuar a estudar”, afirmou a ucraniana em conversa com a RTL.
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Uma vez que a Digital Inclusion tem como missão fazer chegar computadores a pessoas carenciadas, incluindo a todos os que procurem abrigo no Grão-Ducado, muitos dos seus teclados já vêm com caracteres de alfabetos como o árabe, por exemplo. Agora, foi acrescentada a escrita cirílica aos equipamentos para dar resposta à situação atual.
Neste momento, a organização sem fins lucrativos está a distribuir até 100 computadores por semana. “Recebemos 300 pedidos na semana passada, a maioria de pessoas que fugiram da Ucrânia. Na verdade, é o caso de todas as candidaturas que temos de momento”, detalhou o fundador e presidente da Digital Inclusion.
Equipa inclui ex-refugiados
Patrick de la Hammette lembrou que, apesar de serem “muito úteis”, os smartphones não podem substituir por completo os computadores, que são um instrumento de estudo e trabalho essencial. “Muitas pessoas que vêm da Ucrânia querem começar a trabalhar logo, por isso é que ter um computador é muito importante”.
Os computadores são atribuídos a refugiados e outras pessoas carenciadas que estejam inscritas nos gabinetes sociais do Luxemburgo, em função da lista de espera existente.
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A Digital Inclusion tem uma equipa de 16 pessoas, metade das quais são ex-refugiados, disse Patrick de la Hammette. “Muitos deles vieram da Síria há alguns anos e agora estão a apoiar aqueles que fogem da Ucrânia.”
A organização pretende “tornar as tecnologias da informação acessíveis a todos”, “promover a inclusão social através das tecnologias digitais” e “tomar medidas em prol do ambiente”.
Nesse sentido, emprega refugiados formados em informática, que reciclam computadores e, posteriormente, oferece-os a quem mais precisa. Recentemente, a Digital Inclusion começou a receber apoio do ministério dos Assuntos Familiares e Integração.